Ancara
explica que operação visa "neutralizar grupos terroristas curdos".
Rússia observa com preocupação ataque contra milícias curdas em Afrin, no
noroeste da Síria, e pede "contenção" às partes.
Aviões
turcos bombardearam neste sábado (20/01) a região curda de Afrin, no extremo
noroeste da Síria, segundo a agência de notícias turca Anadolu, uma informação
que foi confirmada posteriormente pelo responsável de Relações Exteriores de
Afrin, e que supõe o início da invasão anunciada há dias pelo governo em
Ancara.
Segundo
a Anadolu, os caças turcos, do tipo F-16, bombardearam um ponto de observação
das forças curdas. Por sua vez, as Forças Armadas da Turquia confirmaram em
nota que, às 17h locais (12h em Brasília), foi iniciada uma operação contra
Afrin, "com o objetivo de assegurar a estabilidade e a segurança
fronteiriça e regional".
Segundo
a nota, trata-se de uma operação para "neutralizar os grupos terroristas
curdos e o Estado Islâmico e salvar da opressão o povo amigo e irmão desta
região."
As
Forças Armadas da Turquia assinalaram que a operação está voltada unicamente
contra "refúgios, posições, armas e veículos de terroristas" e que as
tropas terão o máximo cuidado para não causar danos a civis.
As
organizações-alvo da intervenção são as milícias curdo-sírias Unidades de
Proteção do Povo (YPG, na sigla em curdo), que Ancara considera terroristas
pelos seus vínculos com o Partido dos Trabalhadores de Curdistão (PKK), uma
guerrilha também considerada terrorista pelo governo turco, e o Estado
Islâmico, diz a nota militar.
Unidades
do Exército Livre da Síria (ELS), a milícia síria aliada da Turquia, também se
dirigiram para Afrin, inicialmente sem encontrar resistência, informou a
agência Anadolu. As unidades do ELS vieram de outras áreas da Síria e iniciaram
o ataque, avançando com blindados de vários pontos da fronteira turca.
Preocupação
russa
A
Rússia está observando com preocupação o início da operação militar da Turquia
contra as milícias curdas em Afrin e pediu "contenção" às partes,
informou neste sábado o Ministério das Relações Exteriores do país.
"Recebemos
com preocupação a informação [sobre a operação turca em Afrin] e acompanhamos
com atenção o desenvolvimento da situação", diz a nota oficial.
Além
disso, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia lembrou que a posição de
Moscou sobre a solução do conflito na Síria não mudou e consiste na
"preservação da integridade territorial do país, o respeito à soberania e
a busca de uma recuperação em longo prazo".
Após
o início da ofensiva turca no norte da Síria, o ministro das Relações
Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e seu homólogo americano, Rex Tillerson,
falaram ao telefone.
Como
anunciado pelo Ministério do Exterior russo em sua página do Facebook, os dois
ministros debateram a situação na Síria. Também foram discutidas "medidas
para manter a estabilidade no norte do país".
Além
disso, Lavrov e Tillerson falaram sobre o processo de paz sob a mediação da
ONU, especialmente no contexto do Congresso do Diálogo Nacional da Síria, que
acontecerá em Sochi, na Rússia, no final de janeiro. O telefonema foi
iniciativa dos EUA.
DW
- Deutsche Welle
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