Vaticano - O Papa Francisco fez um apelo nesta sexta-feira, em sua
tradicional mensagem natalina "Urbi et Orbi", para que a comunidade
internacional se empenhe no combate ao terrorismo, principalmente contra o
grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis). Diante de milhares de fiéis na
Praça São Pedro, no Vaticano, o líder da Igreja Católica não citou
explicitamente o Estado Islâmico, mas se referiu aos atentados cometidos pela
organização ao longo do ano de 2015.
"Que a atenção da comunidade internacional esteja unicamente
direcionada a cessar as atrocidades na Síria, Líbia, Iraque, Iêmen e África
Subsaariana, as quais provocam numerosas vítimas, causando sofrimentos",
disse Francisco, no discurso "À cidade de Roma ao mundo", pronunciado
todo dia de Natal, às 12h locais (9h de Brasília).
"O meu pensamento vai para os que foram vítimas de brutais ações
terroristas, principalmente dos recentes eventos ocorridos no céu do Egito, em
Beirute, Paris, Bamako e Tunísia", ressaltou Francisco. Em novembro, uma série
de atentados coordenados em Paris provocou a morte de 130 pessoas e foi
assumida pelo Estado Islâmico.
Um mês antes, o grupo reivindicou a derrubada de um avião russo que
sobrevoava a região do Sinai. "Aos nossos irmãos perseguidos em tantas
partes do mundo por causa da fé, que o Menino Jesus dê consolação e
força", ressaltou o Papa, referindo-se às perseguições e sequestros de
cristãos praticados pelo EI.
No mesmo discurso, Francisco também citou outros desafios mundiais, como
as guerras no Oriente Médio, principalmente na Síria, e os conflitos no norte
da África, como o da Líbia. "Ao Senhor pedimos que o acordo alcançado nas
Nações Unidas consiga, o quanto antes, silenciar as armas na Síria e remediar a
gravíssima situação humanitária da população que está esgotada", apelou
Francisco.
"Também é urgente que o acordo sobre a Líbia tenha o apoio de todos
para que sejam superadas as graves divisões e violências que aflingem o
país", comentou o líder católico, referindo-se ao recente tratado para a
formação de um governo de unidade política no país, que sofre com uma guerra
civil há cinco anos. "No Oriente Médio, continuam as tensões e violências.
A paz permanece um dom a ser invocado e construído", lamentou o
Papa, contando desejar que "israelenses e palestinos possam retomar um
diálogo" e "chegar a um acordo que permita que os dois povos convivam
em harmonia, superando um conflito que há muito tempo os contrapõe".
Outro tema mencionado por Francisco foi a crise imigratória que atinge a
Europa e a qual se intensificou em 2015, gerando o maior movimento de
deslocados forçados desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). "Que não
falte conforto aos que fogem das guerras e da miséria, viajando em condições
desumanas e arriscando suas vidas.
Que eles sejam recompensados com bençãos abundantes e que cada Estado os
adote com generosidade, socorrendo e acolhendo os inúmeros refugiados e
imigrantes", pediu o Papa, destacando que os estrangeiros ajudam a
"construir um futuro" quando "se integram às sociedades que os
recebem". Como parte da agenda de Natal, nesta quinta-feira Francisco
celebrou a Missa do Galo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e fez um apelo
à sociedade por simplicidade e sobriedade.
O Dia
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