A China acusou os Estados Unidos de elevar as tensões no Mar da China
Meridional, após o sobrevôo de duas aeronaves militares americanas B-52 a
apenas duas milhas náuticas das ilhas construídas artificialmente pelos
chineses na região.
Os dois bombardeiros B-52 entraram no espaço aéreo das ilhas no dia 10
de dezembro, num incidente que Pequim qualificou como uma "grave
provocação militar", segundo informou o Ministério chinês da Defesa neste
sábado (19/12).
O sobrevoo dos aviões americanos "torna ainda mais complexa e
militarizada as condições no Mar da China Meridional", afirmou o
Ministério em nota. Segundo a declaração, a base militar chinesa nas ilhas
entrou em alerta máximo e emitiu um aviso às aeronaves americanas para que
deixassem o espaço aéreo chinês.
Em Washington, o Pentágono declarou que o sobrevôo foi acidental e que a
ocorrência será investigada.
Os chineses reivindicam a soberania sobre o Mar da China Meridional e
construíram no ano passado sete ilhas artificiais sobre cadeias de arrecifes,
no intuito de exercer controle sobre a região, rica em recursos naturais. O
território marítimo também é contestado por países vizinhos à China, como o
Vietnã, Malásia, Filipinas, Taiwan e Brunei.
Washington busca assegurar a liberdade de navegação na região, que
abriga uma das principais rotas do comércio marítimo mundial.
Em outubro, um navio destróier que carregava um sistema de mísseis
teleguiados navegou próximo às ilhas , desafiando a soberania chinesa. Pequim
considerou o episódio como "extremamente irresponsável" por parte dos
EUA.
Os americanos dizem que não almejam a soberania sobre a região, e sustentam
que, segundo as leis internacionais, a construção das ilhas não garante à China
quaisquer direitos sobre o território.
A declaração do Ministério da Defesa afirma que Pequim irá "tomar
quaisquer medidas necessárias para salvaguardar a soberania e a segurança
nacional chinesa, assim como a paz e a estabilidade na região".
Nos últimos dias, as Forças Armadas chinesas conduziram exercícios
militares que envolveram navios de guerra, submarinos e aviões militares, numa
demonstração de força que visa assegurar soberania do território marítimo.
Deutsche Welle
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