A International Federation of Air Line Pilots¿ Associations (Ifalpa)
rebaixou a classificação do espaço aéreo brasileiro, elencando-o como
"criticamente deficiente". Essa classificação é a mesma usada para
países localizados em zonas de guerra, locais com aeroportos improvisados e
regiões sem sistemas de controle de tráfego aéreo. A decisão foi tomada em
conferência realizada em New Orleans, nos Estados Unidos, entre os dias 14 e 18
de abril, e leva em conta principalmente a prática baloeira, considerada de
alto risco para a aviação.
Em dezembro do ano passado, a federação já havia comunicado a Secretaria
de Aviação Civil (SAC) sobre a possibilidade de rebaixamento, mas como
"não foram tomadas efetivas ações", a Ifalpa optou pela nova
classificação. Na carta enviada na sexta-feira passada à SAC, para a qual a
decisão foi informada, a entidade alegou que há uma maior incidência na soltura
de balões entre os meses de abril e julho e que, se as medidas necessárias não
forem tomadas rapidamente, irá reforçar as orientações para as companhias
aéreas internacionais evitarem o espaço aéreo brasileiro principalmente durante
a Olimpíada.
Por meio de nota, a SAC informou que o "controle do espaço aéreo
brasileiro é um dos quatro mais seguros do mundo, como aponta a auditoria da
Icao (International Civil Aviation Organization) de 2015". Além disso,
acrescentou que no Brasil "fabricar, vender, transportar e soltar balões é
crime de acordo com a Lei nº 9.605 de 1998" e que, para a Olimpíada,
"o espaço aéreo do Rio de Janeiro, como das cidades que receberão as
partidas de futebol, terá restrições ainda maiores conforme o manual de
planejamento feito pela Secretaria em parceria com demais órgãos públicos, nos
mesmos moldes dos grandes evento já sediados pelo país".
O diretor da Faculdade de Ciências Aeronáuticas (Faca) da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Elones Fernando Ribeiro,
explica que as duas classificações levam em conta critérios diferentes. A
avaliação da Icao analisa os controladores de tráfego e a estrutura do sistema
aéreo, enquanto a Ifalpa considera fatores externos que podem apresentar risco
à segurança da aviação.
— Foi feita uma notificação para a Secretaria, mas não foram tomadas
providências. Soltar balões no Rio de Janeiro e em São Paulo é uma prática
muito comum. Alguns têm até botijões de gás dentro. É um perigo, pois se o
avião está entre nuvens, sendo operado por instrumentos, pode ser atingido a
qualquer momento por um balão.
Ribeiro concorda com o rebaixamento por considerar que falta
fiscalização para a atividade baloeira no país, apesar da existência da lei.
Ele argumenta que a nova classificação pode acarretar principalmente na
restrição da vinda de pessoas para o Brasil.
— A federação é muito forte, e o que pode acontecer é que as empresas
sejam alertadas quanto a isso e os seguros das aeronaves que viajam para o
Brasil sejam elevados. Com isso, as passagens também devem sofrer aumentos, e
menos pessoas virão para cá.
ZH Noticias
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