Um relatório divulgado pelo Instituto de Estudos da Paz em Estocolmo
(Sipri, na sigla em inglês) nesta terça-feira (05/04) revela que os gastos
militares em todo o mundo aumentaram 1% em 2015, marcando o primeiro aumento
desde 2011. No total, quase 1,7 trilhão de dólares foram gastos mundo afora.
Ainda assim, muitos países reduziram drasticamente seus orçamentos
militares em razão da queda do preço do petróleo e de dificuldades econômicas.
"Por um lado, as tendências dos gastos refletem o agravamento de
conflitos e tensões em muitas partes do mundo e, por outro, demonstram um claro
rompimento em relação ao aumento dos orçamentos militares financiados com
recursos do petróleo na última década", afirmou em comunicado o diretor do
Sipri para pesquisas sobre gastos militares, Sam Perlo-Freedom. "Essa volátil
situação econômica e política cria um quadro de incertezas para os próximos
anos", observou.
Os Estados Unidos e a China permanecem no topo da lista como os maiores
gastadores – 596 bilhões de dólares e 215 bilhões de dólares, respectivamente.
A Arábia Saudita ultrapassou a Rússia, chegando ao terceiro lugar, em parte em
razão de envolvimento militar saudita no Iêmen e ao enfraquecimento da economia
russa.
O relatório revela que a Europa registrou um aumento de 1,7%, após
países do leste do continente reforçarem seus orçamentos militares em reação
aos temores causados pelo conflito na Ucrânia.
Segundo o Sipri, os maiores gastadores na Europa são Reino Unido, França
e Alemanha, que já anunciaram planos de reforçar seus orçamentos militares nos
próximos anos. A Alemanha, porém, caiu para o nono lugar no ranking mundial,
trocando de posição com o Japão.
Influência do petróleo
O Sipri observou que as diminuições mais drásticas dos gastos militares
relacionados aos rendimentos do petróleo ocorreram na Venezuela, onde caíram
64% em relação a 2014.
Os cortes venezuelanos fizeram com que os gastos militares na América do
Sul caíssem 4%, chegando a 57,6 bilhões de dólares.
Angola também sofreu o impacto da queda do preço do petróleo, diminuindo
seus gastos militares em 42%. Bahrein, Equador e Sudão também registraram
quedas.
No entanto, outros países exportadores de petróleo, como Argélia, Rússia
e Arábia Saudita, aumentaram seus gastos em razão de estarem "envolvidos
em conflitos ou enfrentando um aumento das tensões em suas regiões",
segundo o relatório.
Deutsche Welle
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