Dois caças russos passaram a poucos metros de um navio de guerra
americano no mar Báltico, na terça-feira, numa simulação de um ataque, segundo
a Marinha dos Estados Unidos. A situação foi descrita por um oficial
norte-americano como "uma das interações mais agressivas registadas
recentemente".
Um porta-voz do ministério da Defesa russo já veio dizer que as
tripulações respeitaram todas as regras de segurança.
Os vídeos e fotografias das 11 passagens dos Sukhoi SU-24, que também
voaram perto do navio no dia anterior, foram divulgados pela marinha americana
e mostram os caças russos a passar perto do USS Donald Cook - um navio de
guerra da classe Arleigh Burke, que transporta mísseis guiados. "Os aviões
passaram tão perto que deixaram um rasto na água", afirmou um oficial à
Reuters. Um helicóptero KA-27 também passou perto do navio por sete vezes, para
tirar fotos.
Segundo um oficial americano, o navio encontrava-se em águas
internacionais. O território russo mais próximo é o enclave de Kaliningrado e
fica a cerca de 70 milhas náuticas de distância. "Tentaram contactá-los
(as aeronaves russas) através do rádio, mas eles não responderam", afirmou
um oficial, sob anonimato.
Os acontecimentos remetem para a Guerra Fria, quando uma série de
interações perigosas levou a um acordo bilateral, assinado em 1972, que proibiu
ataques simulados contra aeronaves ou navios e a realização de acrobacias sobre
estes.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, John Earnest, "este incidente é
totalmente incompatível com as normas profissionais dos militares que operam
perto uns do outros em águas internacionais e espaço aéreo internacional".
Este é o episódio mais recente de uma série de encontros militares entre
as forças russas e americanas após o aumento drástico das tensões diplomáticas
entre os dois países com a anexação da Crimeia por Moscovo em 2014.
Os países do Báltico, Estónia, Letónia e Lituânia, que se juntaram à
NATO e à União Europeia em 2004, pediram à NATO um presença permanente nos seus
territórios, embora Moscovo negue qualquer intenção de atacar os estados do
Báltico.
O comando militar dos Estados Unidos na Europa afirmou em comunicado que
"estas ações têm o potencial para aumentar desnecessariamente tensões
entre países e poderiam resultar num erro de cálculo ou acidente que poderia
causar ferimentos graves ou mortes."
DN - Diário de Notícias
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