BRASÍLIA
- O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que a atuação do grupo radical
Estado Islâmico (EI) é uma preocupação para os Jogos Olímpicos no Rio em
agosto, mas que, até agora, não se identificou nenhuma ameaça concreta de
terrorismo por parte do grupo. Jungmann participou da abertura de um seminário,
na manhã desta quarta-feira, em Brasília, que discute os últimos ajustes da
Defesa na segurança das Olimpíadas.
—
O Estado Islâmico preocupa em qualquer lugar, situação, evento, família, bairro
e país do mundo. A gente não pode lidar com o que o EI representa, pois ele
evidentemente é uma ameaça à paz em qualquer país ou evento. Temos de estar
prontos para atuar e prevenir uma atuação do grupo — disse o ministro do
presidente interino Michel Temer.
Segundo
o titular do Ministério da Defesa, nenhum serviço de inteligência – dentro e
fora do Brasil – identificou “até agora” uma ameaça concreta por parte do EI. O
ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, Sergio
Etchegoyen, também manifestou a mesma posição. O GSI comanda a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin).
—
Na área de prevenção ao terrorismo, estamos ainda tratando de possibilidades.
Ainda aferimos o grau de probabilidade de acontecimento de algum evento. Não há
nenhum outro elemento que nos tire de preocupação e passe para o nível de
alarme e pânico. O terrorismo é uma possibilidade, como é uma possibilidade o
crime comum — afirmou Etchegoyen.
A
Abin já detectou que pessoas ligadas ao EI criaram um grupo para trocar
mensagens em português, por meio de um aplicativo de celular. Segundo o órgão,
isso poderia levar à “radicalização de cidadãos brasileiros”. O grupo é chamado
de Nashir português, mesmo nome do canal criado por extremistas para
arregimentar brasileiros à causa jihadista.
Uma
das preocupações é a atuação de “lobos solitários”, simpatizantes de movimentos
terroristas que agem sozinhos, inspirados pelos ideais dos grupos radicais.
— O “lobo solitário” é também uma possibilidade, como tem sido no mundo. No caso do último episódio de Orlando (um massacre numa boate gay, em que um atirador matou 49 pessoas), ainda se discute se é terrorismo ou uma perturbação mental, uma perversão — disse o ministro do GSI.
Entre
as medidas de combate ao terrorismo na Olimpíada do Rio mencionadas pelos
ministros de Temer estão uma atuação conjunta com agências internacionais de
inteligência e um controle integrado nos aeroportos no que diz respeito à entrada
dos norte-americanos no país. Representantes de 113 agências internacionais
estarão no Rio, cada um com relações de pessoas tidas como suspeitas de
práticas terroristas, conforme o titular do GSI.
Já
o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que o Brasil fez um acordo
com os Estados Unidos para compartilhamento de um software que permita o
controle das entradas nos aeroportos. Segundo ele, não haverá qualquer
restrição de entrada no país.
—
A população pode ficar absolutamente tranquila. Todas as medidas estão sendo
tomadas. Analisamos todas as informações de eventuais focos de pessoas que
poderiam ser ligadas a terrorismo — disse Moraes.
O
ministro da Defesa informou ainda que Temer já decidiu atender ao pedido do
governo do Rio de reforço de pessoal das Forças Armadas durante os jogos. O
total do reforço deve ser decidido até amanhã. Estão previstos por enquanto 38
mil integrantes das Forças Armadas, 18 mil para o Rio e o restante para as
cidades onde haverá os jogos de futebol. Da Força Nacional de Segurança, serão
6 mil integrantes, segundo o ministro da Justiça.
Jornal
EXTRA
Nenhum comentário:
Postar um comentário