À
ousadia do sequestro, por um comando terrorista pró-Palestina, de um Airbus da
Air France cheio de passageiros judeus, Israel respondeu ainda mais
ousadamente, com uma espetacular ação de resgate - debaixo da carranca de Idi
Amin Dada, ditador de Uganda. No dia 27 de junho de 1976, o avião que ia de Tel
Aviv para Paris foi tomado pelos terroristas logo depois de decolar de Atenas,
onde fez escala, sendo levado para Benghazi, na Líbia, e depois para o
aeroporto de Entebbe, em Uganda, aparentemente com a aprovação de Idi Amin, que
cortara relações com Israel em 1972.
Com
as negociações mantidas na semana seguinte, 195 passageiros foram libertados,
mas 107 reféns permanecem num galpão do aeroporto - 95 judeus com passaportes
israelenses e 12 tripulantes do aparelho sequestrado, vigiados pelos sete
terroristas (cinco palestinos, um alemão e uma alemã) e protegidos por soldados
ugandenses. Exigência dos sequestradores: a libertação de 53 prisioneiros
políticos palestinos presos em Israel e em outros quatro países. Se isso não
acontecesse até o dia 4 de julho, o Airbus seria explodido com os reféns
dentro.
Israel
fingiu negociar, mas em segredo preparou uma operação de resgate minuciosa. No
fim da noite do dia 3, quatro aviões militares Hércules com cem comandos de
elite e uma unidade médica partiram de Tel Aviv para Uganda. Com eficiência e
rapidez, os comandos israelenses desembarcaram em jipes, libertaram os reféns e
os puseram nos aviões, deixando mortos todos os sete terroristas e cerca de 20
militares locais.
Um
quarto da força aérea de Uganda - 11 Mig russos - e alguns aviões comerciais
foram destruídos, assim como a torre de controle. Mas também morreram o
comandante da operação, o tenente-coronel Yoni Netanyahu (cujo irmão Benjamin
seria, décadas depois, premier de Israel), e três reféns. Na manhã de domingo
os comandos foram recebidos como heróis em Israel.
A
primeira reação de Idi Amin foi parabenizar suas tropas por "repelir os
invasores". Dias depois congratulou-se com os israelenses pelo sucesso do
resgate e anunciou a intenção de romper com o terrorismo.
O
Globo
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