Marcelo
Godoy,
O
Estado de S. Paulo
Integrantes
do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) receberam informações de que
brasileiros radicados no País estão mantendo contato com integrantes do Estado
Islâmico. A localização, identificação e monitoramento dessas pessoas é a maior
prioridade de órgãos como a Agencia Brasileira de Inteligência (Abin).
Na
busca por informações sobre brasileiros que tenham entrado em contato com
grupos terroristas muçulmanos, os agentes do (Sisbin) procuraram a polícia
federal alemã (BKA). Queriam informações sobre os 22 mil nomes de integrantes
do EI entregues aos alemães por um informante em abril. Na lista, porém, não
havia brasileiros.
Os
agentes mantém sob vigilância integrantes de comunidades salafistas e wahabitas
no País, que se aglutinam em torno de mesquitas e mussalas – espaços usados
para as orações diárias dos muçulmanos. Para esse serviço, órgãos como a Abin
redirecionaram pessoal para realizar a tarefa, principalmente, durante os Jogos
Olímpicos.
Outra
prioridade dos agentes do sistema é identificar os possíveis brasileiros
envolvidos no recente anúncio feito por meio de um canal no Telegram sobre a
criação do grupo autodenominado Ansar al-Khilafah, que declarou no dia 18
lealdade ao Estado Islâmico no Brasil. O grupo publicou um texto em árabe com o
símbolo do EI sobre o mapa do País. A imensa maioria dos informes colecionados
pelos agentes é resultado do trabalho de campo feito no Brasil.
Outra
fonte de preocupação para os agentes do sistema são os filhos de brasileiros
residentes na Europa que tenham sido atraídos pelos radicais islâmicos, como
Brian de Mulder, conhecido como Abu Qassem Brazili, que se integrou ao EI na
Bélgica e foi lutar na Síria, onde teria sido morto em 2015.
Em
seu trabalho, os agentes não conseguiram "verificar de forma
independente" a existência de pessoas que seriam possíveis alvos do EI ou
de outros grupos no País. Os contatos com os serviços estrangeiros são mantidos
pela Coordenação de Relações Institucionais, da Abin. Mas pelo menos um desses
serviços – a Direction Générale de la Sécurité Extérieure (DGSE), da França –
estaria, às vésperas dos Jogos sem oficial próprio de ligação no Brasil.
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