Fuzileiros
navais do Batalhão de Operação Especial da Marinha estão passando por
treinamento da arte marcial israelense krav maga para atuar em possíveis ações
de combate ao terrorismo durante os Jogos Olímpicos. O curso terá duração de 3
meses e hoje (5) foi feita uma demonstração da técnica para a imprensa.
O
ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, negou hoje a probabilidade de um
ataque terrorista durante o mega-evento, porém afirmou que o país está se
preparando para qualquer situação. O capitão de mar e guerra Campos Melo,
comandante do batalhão, afirma que o planejamento para a segurança da Olimpíada
prevê todas as possibilidades.
“Ações
especiais estão voltadas não só para a área de segurança, mas para a área de
contraterrorismo, que é bastante específica. Existe todo um planejamento que é
elaborado em nível de governo federal, envolvendo as esferas do Ministério da
Justiça, Ministério da Defesa e Agência Brasileira de Inteligência. São
levantadas hipóteses e o que está sendo feito é um planejamento há bastante
tempo para que a segurança possa ser dada no mais alto nível possível para os
Jogos Olímpicos 2016”.
De
acordo Campos Melo, foram os próprios fuzileiros que pediram para fazer o
treinamento de krav maga por ser a arte marcial que apresenta a melhor solução
para as atividades de contraterrorismo, que envolvem ameaças e ações como
resgate de reféns, retomada de compartimentos e controle de locais ameaçados
por bombas.
“O
militar de operações especiais carrega uma quantidade muito grande de munição,
de proteção blindada, como colete à prova de bala, capacete, armamento, ele
carrega quase 40 quilos de peso extra no seu equipamento. Com isso, ele não tem
uma mobilidade que permita que aplique golpes como, por exemplo, da capoeira ou
chutes altos como taekwondo. O krav maga foi a arte marcial que nos apresentou
a solução de poder utilizar os equipamentos e realizar golpes que a nossa
situação de combate permite, por exemplo o combate dentro de compartimentos
confinados”.
O
treinamento é feito em parceria com a Federação Sul Americana de Krav Maga,
pelo grão-mestre Kobi Lichtenstein, israelense especialista na técnica e que
vive no Brasil há 27 anos. Lichtenstein já treinou unidades de elite, como o
Bope, as forças especiais do Exército e a segurança da Presidência da
República. A unidade da Marinha é a única do Brasil que está fazendo o
treinamento específico para a Olimpíada. Lichtenstein explica que o curso
envolve uma parte teórica e prática com simulações.
“Na
parte teórica, aprende sobre a história do terror, o regime do terror moderno,
a forma de atuação, a forma moderna de combate ao terror ao redor do mundo. A
parte prática é dividida em três: a proteção pessoal do agente, que aprende
como se defender quando um agressor chegar perto armado, como ele se protege.
Outra de proteção a terceiros, em casos de situações como a gente viu na
França, como ele atua em tiroteio na multidão. A terceira parte é ligada a
suicidas, homens-bomba. O objetivo é aproximar o agente ao máximo da realidade
que ele pode encontrar”.
Ele
explica que o krav maga surgiu na década de 1940, por Imi Lichtenfeld, para
grupos que lutavam pela independência do estado de Israel. Atualmente, é a
única técnica usada dentro dos serviços de segurança de Israel, como Forças
Armandas e serviço secreto.
“É
uma técnica muito simples, muito rápida, muito objetiva, que vem dar para
qualquer pessoa, independente de idade, sexo, preparo físico, a capacidade de
enfrentar qualquer agressor em qualquer situação, qualquer agressão. A gente
não tem leis, não tem regras, não tem juízes, não tem competições”.
Edição:
Carolina Pimentel
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