Gustavo Garcia - Do G1 Região Dos Lagos
Imagens feitas por satélite através do aplicativo MarineTraffic mostram
as rotas das embarcações da Marinha na costa de Saquarema, Região dos Lagos do
Rio, nas buscas pelo militar e o caça AF-1 Skyhawk que estão desaparecidos
desde o dia 26 de julho.
Parte dos trajetos feitos pelo Navio de Socorro Submarino “Felinto
Perry” e pelo Navio de Pesquisa Hidroceanográfico “Vital de Oliveira” podem ser
vistos com detalhes.
As duas embarcações fazem rondas e vasculham o mar atrás de destroços da
aeronave, mas, apesar dos esforços, nada foi encontrado até este domingo (7).
O aplicativo também mostra o posicionamento dos navios de buscas em
tempo real, baseado em dados do Automatic Identification System (AIS), um
sistema de monitoração que também é capaz de apresentar a velocidade das
embarcações.
De acordo com a Marinha, as rotas de buscas exibidas no MarineTraffic
são reais, mas podem não retratar 100% do trajeto feito pelos navios, pois as
embarcações poderiam, em determinado momento, estar operando com o sistema de
monitoramento desligado.
Analisando alguns trajetos, é possível notar que as embarcações fazem
varreduras em áreas específicas, de acordo com detalhes do local do acidente e
avaliando as correntes marítimas.
Caça some em treinamento
O desaparecimento do piloto e do caça AF-1 Skyhawk da Marinha aconteceu
após um acidente, durante um treinamento padrão de ataque a alvos de
superfície, em que duas aeronaves se chocaram no ar. Mesmo com o acidente, uma
conseguiu retornar para a base de São Pedro da Aldeia, Região dos Lagos do Rio,
enquanto a outra não foi mais encontrada.
O órgão afirma que a queda foi vista pelo piloto do outro caça AF-1
Skyhawk, que também participava do treinamento e se envolveu no acidente.
A Marinha abriu um Inquérito Policial Militar, que tem prazo para a
apresentação de um parecer em até 60 dias após a abertura do processo, no dia
27.
Ex-militar opina sobre o caso
Para o especialista Alexandre Galante, ex-militar da Marinha e consultor
em assuntos militares, defesa e acidentes aéreos, o caça pode ter se
desintegrado ao se chocar contra a água dificultando a localização das partes
da aeronave. Alexandre, que também é piloto virtual (pilota simuladores),
conversou com o G1 por telefone diretamente do Texas, no Estados Unidos, onde
mora atualmente. Confira a reportagem completa.
Sinal da aeronave
A Marinha revelou na terça-feira (2) que a aeronave era vista nos
radares do mapa aéreo brasileiro e sumiu no ponto da queda, em Saquarema. O
órgão informou ainda que o caça não possuía equipamento GPS (Global Positioning
System ou Sistema de Posicionamento Global), mas tinha dois equipamentos
Personal Locator Beacon (PLB), espécie de localizador para o piloto. Eles
estavam instalados no colete, com acionamento manual; e no assento ejetável,
com acionamento automático durante a ejeção do assento. Entretanto, segundo a
Marinha do Brasil, "até o presente momento, não foi detectado qualquer
sinal proveniente desses equipamentos".
Navio-sonda
O navio-sonda de Pesquisa Hidroceanográfico "Vital de
Oliveira", da Marinha do Brasil, atua próximo à costa de Saquarema desde a
quarta-feira (27), junto com outras embarcações.
O navio tem 78 metros de comprimento, possui cinco laboratórios e tem
capacidade para 130 pessoas. Entre os equipamentos estão ecobatímetros
multifeixe, perfilador de velocidade do som e sonar de varredura lateral. A
embarcação pode ser operada remotamente.
Navio de Socorro Submarino
Capaz de efetuar mergulhos saturados até 300 m de profundidade, o
Felinto Perry é um navio de apoio completo, equipado com câmaras de
descompressão.
Ele foi adquirido pela Marinha do Brasil em 1988 e pode ser utilizado em
tarefas de resgate a submarinos sinistrados e também para combates a incêndios
em alto-mar.
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