"Ao
olhar para nosso próprio passado e sentindo profundo arrependimento, desejo que
nunca mais se repitam os estragos da guerra", disse o imperador, cujo pai,
Hirohito, foi o encarregado de anunciar a rendição dias depois dos bombardeios
atômicos contra Hiroshima e Nagasaki.
Desde
que ascendeu ao trono, em 1989, Akihito personificou o Japão pacifista e
respeitoso da Constituição de 1947, imposta pelos vencedores, na qual o
imperador perdeu seu caráter divino.
Durante
seu reinado, o imperador percorreu os países nos quais foram registradas
atrocidades por parte das tropas imperiais japonesas de ocupação na Segunda
Guerra para compartilhar a sua dor com as populações afetadas.
No
ano passado, aos 70 anos da rendição japonesa, ele expressou, pela primeira
vez, o "profundo arrependimento" pelos acontecimentos da Segunda
Guerra Mundial.
A
mensagem deste ano ocorreu dias depois de o soberano dar a entender que deseja
uma modificação do quadro legal para lhe permitir abdicar em favor de seu
filho, Narihito, e transferir a ele suas funções - apenas honorárias - como
"símbolo da nação".
"Devemos
agir para não repetir nunca mais os horrores da guerra. Devemos manter o
compromisso firme de contribuir para a paz e a estabilidade", declarou,
por sua vez, o primeiro-ministro do Japão, o nacionalista Shinzo Abe, criticado
pelos pacifistas por sua ambição de modificar a Constituição, cujo artigo 9
estipula a renúncia do país à guerra como meio de solucionar as divergências
internacionais.
Por
sua vez, as ministras do Interior e dos Jogos Olímpicos, assim como 70
parlamentares e outras personalidades, visitaram nesta segunda-feira o
santuário patriótico de Yasukuni, em Tóquio, em homenagem às vítimas do
conflito, o que pode provocar novamente a revolta da China e da Coreia do Sul.
Este
lugar de culto sintoísta lembra 2,5 milhões de mortos pelo país, entre eles 14
japoneses que os aliados condenaram como criminosos de guerra após o fim do
conflito.
A
expansão militar do Japão entre 1910 e 1945 segue tensionando as relações
diplomáticas com seus vizinhos asiáticos.
Nesta
segunda-feira, a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, convocou relações
orientadas para o futuro entre seu país e o Japão.
"Devemos
redefinir as relações com o Japão para forjar laços orientados para o
futuro", disse a presidente em um discurso televisionado em Seul.
Agence
France-Presse (AFP)
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