Felipe
Pereira e Vinicius Konchinski
Do
UOL, no Rio de Janeiro
Morreu
na noite desta quinta-feira (11) o agente da Força Nacional Hélio Vieira,
baleado durante um ataque a uma viatura da corporação no complexo de favelas da
Maré. A morte foi divulgada em uma mensagem do ministro da Justiça, Alexandre
de Moraes, publicada numa rede social (veja abaixo). Vieira é policial militar
de Roraima. Estava no Rio por conta dos Jogos Olímpicos de 2016.
O
ataque à Força Nacional aconteceu na tarde de quarta-feira (10). Três agentes
da corporação estavam circulando por vias do Rio a trabalho por conta da
Olimpíada de 2016. Entraram por engano na favela e foram atingidos por tiros.
Um
disparo acertou Hélio na cabeça. Ele foi encaminhado para o Hospital Salgado
Filho e passou por uma cirurgia. Estava internado em estado grave desde então,
mas não resistiu.
O
ministro de Moraes expressou solidariedade à família do agente Vieira.
Descreveu o ataque a ele e os outros membros da Força Nacional como uma
covardia. "Hélio Vieira sofreu um ataque covarde e, infelizmente, morreu
hoje em decorrência dos ferimentos", declarou o ministro.
De
Moraes ainda afirmou que Vieira é um "verdadeiro herói do nosso
País". "Nosso presidente da República [interino], Michel Temer,
decretará luto oficial pela morte de nosso herói. Honra e dignidade aos nossos
policiais", complementou o ministro.
A
morte de Vieira contrasta com a avaliação sobre a Olimpíada feita pelo próprio
ministro durante a tarde de quinta-feira. Em evento na Casa Brasil, Moraes
afirmou que o balanço dos primeiros sete dias do evento era "extremamente
positivos". Ele ainda comemorou que o Rio-2016 não tinha nenhuma mancha.
Minutos
após a morte de Vieira, a Força Nacional emitiu uma nota de pesar. Na nota, a
corporação declara que não como mensurar a dor de todos os colegas de Vieira,
assim como de seus familiares e amigos.
"À família, daremos apoio incondicional, rogando que cada ente querido encontre conforto no orgulho de ter participado da vida deste herói que tombou envergando com altivez a nossa farda da Força Nacional", declarou.
Por
volta das 2h, a equipe médica responsável pela conservação de órgãos chegou ao
Salgado Filho. De acordo com o comando da Força Nacional presente no local, o
soldado morto passará pelos procedimentos de autópsia e preparo para doação de
órgãos vitais até a manhã ou a tarde desta sexta-feira. A mãe do soldado deixou
o local em uma cadeira de rodas e sem falar com a imprensa. Ela teria passado
mal e necessitado de auxílio médico no momento em que identificou o corpo do filho,
por volta das 23h30 de quinta. Pelo menos três viaturas e oito membros da Força
Nacional montam guarda no local.
Força
Nacional faz segurança da Olimpíada
A
segurança das arenas e outras áreas de competição da Olimpíada de 2016 é uma
tarefa atribuída a Força Nacional. Cerca de 6 mil agentes da corporação, vindos
de vários Estados do país, foram enviados ao Rio para trabalhar durante o
evento.
Desde
de que chegaram aqui, entretanto, eles têm sofrido com improvisos e reclamado
das más condições de trabalho. Inicialmente, a Força Nacional teria 9.600
agentes trabalhando na Rio-2016. Estados, porém, reduziram o envio de seus
policias ao Rio.
A
falta de efetivo faz com que agentes da Força Nacional trabalhem longas
jornadas para darem conta da segurança da Olimpíada. Os agentes que vieram para
o Rio encaram até 16 horas de atividades seguidas para terem direito a 12 horas
de descanso –isso quando não são convocados para emergências.
No
Rio, os agentes da Força Nacional se deslocam para diferentes locais da cidade
para ocuparem seus postos em arenas olímpicas. Essas viagens diárias são feitas
em ônibus comuns, sem escolta. Eles reclamam que isso os deixa expostos a
ataques, ainda mais porque muitos circulam desarmados.
No
dia da cerimônia da abertura da Olimpíada, um ataque efetivamente aconteceu.
Agentes relataram estavam deixando a área do Maracanã pela avenida Brasil, onde
a festa aconteceu, quando o ônibus em que estavam foi atingido pedradas. Três
agentes ficaram feridos por estilhaços. A autoria dos ataques não foi
determinada.
Menos
de uma semana depois, na quarta (10), ocorreu um novo ataque, o qual causou a
morte de Vieira. Esse ataque revoltou os agentes em serviço na capital
fluminense por conta dos Jogos Olímpicos.
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