Marlos
Bittencourt - O Dia
Rio
- O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, anunciou nesta terça-feira ter
redigido dois decretos para ajudar as polícias estaduais no combate ao crime
organizado. O primeiro autoriza o uso, por policiais, de armas de alto poder de
fogo apreendidas com bandidos. O decreto suspende o envio dessas armas para o
Exército destruí-las. O anúncio foi feito durante coletiva sobre a operação
para prender criminosos que atacaram policiais da Força Nacional de Segurança e
mataram um soldado.
"Conversei
com os chefes militares e eles concordaram com a ideia. As armas não precisarão
mais ser destruídas, elas poderão ser usadas por policiais. O decreto será
assinado até o fim do mês e já entrará em vigor" afirmou o ministro.
O
segundo decreto será para facilitar a compra de armas pelas polícias. Moraes,
quando foi secretário de Segurança Pública de São Paulo, disse que a burocracia
dificultava a aquisição de armas. "Tivemos de esperar nove meses para
comprar 740 fuzis. As polícias necessitam de armamento sofisticado para
combater o tráfico de armas e de entorpecentes" revelou o ministro.
Alexandre
Moraes disse ainda ter solicitado uma reunião com a Polícia Civil do Rio. Ele
quer que o Ministério dê apoio logístico, financeiro e operacional aos agentes.
"Criaremos cinco núcleos permanentes de inteligência e operação para
combater traficantes de armas e de drogas. Estes núcleos serão instalados no
Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul porque estes estados fazem fronteira
com Bolívia e Paraguai (países que têm tráfico de drogas e armas). E no Rio e
em São Paulo porque são os principais estados consumidores de drogas e entrada
de armas pesadas".
Ação
para prender assassinos de soldado tem três mortos
A operação da Polícia Civil na comunidade da Vila do João,
no Complexo da Maré, na Zona Norte, teve três suspeitos mortos e três presos —
um deles baleado, na manhã desta terça-feira. A ação tem o objetivo de prender
dois suspeitos de assassinar o soldado da Força Nacional de Segurança Pública
(FNSP) Hélio Andrade, na última quarta-feira.
Os
mortos pela polícia estavam a poucos metros de onde a equipe da FNSP foram
atacados. Com os mortos foram apreendidas três pistolas calibre 9mm e elas
serão periciadas para descobrir se foram usadas no crime contra o soldado da Força
Nacional. Fragmentos de bala de uma arma de baixa energia foram encontrados na
cabeça do policial Hélio Andrade e ajudarão no exame de balística.
Os
criminosos procurados foram identificados como Thiago da Silva Folly, o TH, de
27 anos, e Alexandre Ramos do Nascimento, o Pescado, de 28 anos, e tiveram a
prisão preventiva decretada pela Justiça. O Disque-Denúncia já oferecia
recompensa de R$ 2 mil por informações que levem às prisões deles. A operação
conta com 145 agentes da Delegacia de Homicídios (DH-Capital) e com o apoio da
Divisão de Homicídios, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF),
da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e da Coordenadoria
de Recursos Especiais (Core), além de dois blindados.
Pescador
foi identificado pelos policiais da FN que sobreviveram ao ataque. Segundo
eles, o traficante fez um gesto com a mão passando pela garganta, indicando que
eles iam morrer. TH é chefe do tráfico que atua na Vila do João.
Após
o ataque aos policiais da Força Nacional, TH fugiu da Vila do João para o Morro
do Dendê, que pertence a mesma facção. Entretanto, o chefe da comunidade da
Ilha do Governador, Morro do Dende, Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho
Guarabu, o expulsou de lá temendo ações da polícia e ele retornou para a Maré.
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