O
presidente Michel Temer afirmou neste domingo (04/09) durante uma reunião
informal dos líderes dos países do grupo Brics – formado por Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul – que "o caminho do crescimento está sendo
reconstruído" e que as medidas tomadas nos últimos meses já mostram
efeitos sobre a economia.
"Com
as medidas tomadas nos últimos meses, já há sinais de retomada da economia
brasileira. Estamos seguros de que, em breve, a nossa economia voltará a
crescer, em benefício dos brasileiros e da economia global", disse Temer
em seu primeiro fórum internacional após a confirmação do impeachment de Dilma
Rousseff, na última quarta-feira.
O
Brasil passa por uma de suas piores recessões da história. No segundo trimestre
deste ano, o país teve queda de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em
comparação aos três meses anteriores. Foi o sexto trimestre consecutivo de
recuo da economia, a mais longa sequência pela atual série histórica. A
retração do PIB no segundo trimestre foi a mais forte sofrida pelas principais
economias globais no período. Além do Brasil, só Chile (-0,4%), Canadá (-0,4%)
e México (-0,2%) encolheram no segundo trimestre.
Temer
declarou que pretende colocar em prática uma agenda de reformas estruturais e
disse que, com a ajuda do Congresso, o governo vai instituir um teto
constitucional para o crescimento de despesas governamentais. "No Brasil,
o caminho do crescimento está sendo reconstruído. Estamos promovendo o ajuste
fiscal amplo e sustentável", disse.
Ele
afirmou ainda que pretende estimular investimentos em infraestrutura, sobretudo
com a concessão de estradas, portos, aeroportos, rodovias e sistema de geração
e transmissão de energia. "Uma ambiciosa agenda de reformas estruturais
também está em curso para elevar a produtividade da economia e gerar um
ambiente de negócios mais favorável."
As
palavras de Temer estão em sintonia com um discurso que ele vem adotando
repetidamente desde que foi oficializado no cargo: a de um país estável e que
já superou o pior da crise política. A visita também pode ajudar a impulsionar
o comércio com a China: neste ano, o Brasil foi o país que mais reduziu suas
compras entre os principais parceiros comerciais chineses.
Peso
dos Brics
Na reunião informal antes do início da cúpula do G20 em Hangzhou, na China, Temer defendeu que os países dos Brics são forças positivas para a estabilidade econômica mundial.
"As
mudanças que estão em curso [na economia global] exigem a correspondente
atualização de nossas estruturas de governo mundial", afirmou.
"Nossos países devem continuar trabalhando juntos para o aprofundamento
das reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Precisamos de instâncias internacionais de decisão mais representativas e,
portanto, mais legítimas e eficazes."
Temer
pediu aos países do Brics que apoiem a constante melhora de um "sistema
multilateral de comércio" mundial, e incentivou o fortalecimento das
atuais capacidades da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O
mandatário brasileiro coincidiu com o presidente da China, Xi Jinping, que na
mesma reunião disse que os Brics devem aumentar a coordenação para que os
países em desenvolvimento e emergentes desempenhem um papel maior nos assuntos
internacionais, informou a agência de notícias estatal Xinhua.
"Os
países do Brics são forças positivas para a estabilidade econômica
mundial", disse.
Ele
ressaltou ainda que uma das grandes causas que os principais países emergentes
do mundo deveriam apoiar é "a promoção do desenvolvimento
sustentável". "Não há receitas simples para a adequada integração das
dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento, mas a tarefa é
urgente", comentou.
DW
- Deutsche Welle
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