Estados
Unidos e Rússia chegaram, nesta sexta-feira (09/09), a um acordo inicial para
uma cessação das hostilidades na Síria. O acordo abre caminho para uma solução
política para o conflito que eclodiu em 2011, já matou mais de 200 mil pessoas
e resultou no deslocamento de praticamente a metade da população síria.
O
secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o ministro do Exterior da Rússia,
Sergey Lavrov, disseram que o cessar-fogo começará em 12 de setembro, quando
muçulmanos observam o feriado religioso Eid al-Adha, e compreenderá a
paralisação total de todas as operações de combate, incluindo os bombardeios
aéreos.
"Hoje,
os Estados Unidos e a Rússia anunciam um plano que, esperamos, venha reduzir a
violência, o sofrimento e facilite o caminho em direção à paz negociada e a uma
transição política na Síria", afirmou Kerry.
O
chefe da diplomacia americana afirmou também que os Estados Unidos acreditam
que a Rússia tem a capacidade de pressionar o presidente sírio, Bashar
al-Assad, para acabar com o conflito e sentar-se à mesa das negociações.
"Se
o plano for executado em boa fé [...] este pode ser um momento em que os
esforços e as negociações multilaterais na mesa diplomática se consolidarão e
poderiam enfim prover o povo sírio com uma transição política", disse
Kerry.
No
entanto, o secretário de Estado americano alertou que o acordo é uma
"oportunidade" para todas as partes envolvidas no conflito,
acrescentando que os acordos apenas se manterão se houver medidas concretas no
solo sírio, no campo de batalha.
Por
um lado, Kerry pleiteou que todos os grupos de oposição na Síria
necessariamente devam aderir ao cessar-fogo, Por outro, ele acrescentou que o
acordo também estipula que o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad,
"não executará missões aéreas de combate onde oposicionistas estão
localizados", medida classificada de alicerce da cessação das
hostilidades.
Por
fim, o secretário de Estado dos EUA anunciou que foi decidido que, após um
período de sete dias de respeito desta trégua, ambos países realizarão ataques
coordenados contra posições dos grupos terroristas Frente Fateh al-Sham (antiga
Frente Al Nusra) e "Estado Islâmico" (EI).
DW
- Deutsche Welle
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