Às dezesseis horas e quarenta e
cinco minutos daquele dia, no campo de Bagatelle, pela primeira vez o homem, a
bordo de um aparelho mais-pesado–que-o-ar, decolou, voou e pousou em segurança.
Este grande e primeiro feito,
acompanhado por vasta multidão, pela imprensa, por cinegrafistas, fotógrafos e
pela comissão fiscalizadora, ganhou rapidamente os principais noticiários de
todo o mundo.
Todos exaltaram sistematicamente
a epopéia do 14-BIS e de seu extraordinário piloto e inventor, o brasileiro
Alberto Santos-Dumont.
Nosso insigne herói foi o
primeiro a voar um avião que, utilizando-se unicamente de seus próprios meios,
cumpriu todos os requisitos necessários para ter seu vôo homologado pelo órgão
oficial de aviação à época – o Aeroclube da França. Foi também sancionado
formalmente pela Federação Aeronáutica Internacional.
Não havia como negar a magnitude
da obra e a glorificação de Santos-Dumont. Ele foi o genial inventor, o
inteligente construtor, o intrépido piloto e o entusiasmado desportista, que
utilizava as competições não para derrotar concorrentes, mas para superar
limites, suplantar obstáculos e desafiar a própria imaginação, na certeza de
que a postura determinada e a perseverança possibilitaram transformar um mero
idealista em um dinâmico realizador.
Seus inventos tornaram-se
patrimônio universal, porque sempre refutou a prática de patentear criações e
auferir lucro com elas. Acreditava que os frutos da sua genialidade eram
provenientes de um dom maior e, portanto, propriedade de todos.
Seu nome e sua imagem estão
estampados pelos lugares do mundo, em livros, monumentos, moedas, museus,
aeroportos, escolas, praças, ruas, cidades e até em corpos celestiais que
orbitam no universo.
Por seu valor e
representatividade, o dia 23 de outubro foi escolhido como o Dia do Aviador e
também o dia da Força Aérea Brasileira para homenagear aqueles que, movidos
pelo mesmo ímpeto do inventor do avião, aprenderam a dominar a arte de voar e
souberam transformá-la em um ofício que aproxima pessoas e distâncias,
transporta recursos e esperança, conduz progresso e leva integração, promove a
paz e a segurança, além de alimentar a eterna aspiração de liberdade dos
homens.
Retratar Santos-Dumont,
resgatando sua vida e seu legado, não é mero ufanismo, é render o justo tributo
a quem tanto se dedicou em benefício da humanidade.
Que o contato com o gênio de
caráter virtuoso, de inteligência incomum, de dedicação exemplar e de notável
espírito altruísta possa refletir o orgulho de ser brasileiro, confessando ao
mundo que nossa força vem da nossa gente.
Que os ideais de Alberto
Santos-Dumont continuem a ser os balizadores da aviação no mundo, levando seu
nome a cada horizonte por onde passe e em canto onde pouse.
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