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Momento de assinatura
do acordo entre a Caracal International LLC e a Delfire Insdustria e Comércio
de Extintores
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O
pioneirismo de uma indústria bélica em Goiás é sonho antigo do empresário
goiano Paulo Humberto Barbosa, que há dois anos tomou a iniciativa dos
primeiros contatos.
Neste
período, buscou parcerias, até manter contato direto com o chefe de Operações
da empresa, o germânico Robert Hirt. O acordo fechado diretamente com o
príncipe Hamad Al Almeri é o ponto auge dessa trajetória.
De
acordo com o memorando de entendimento, as três partes se comprometem a
trabalhar no sentido de viabilizar a instalação de uma indústria da Caracal no
Brasil, buscando a aprovação inicial do governo para a fabricação de
armamentos. Se comprometem, também, a construir um plano de viabilidade para o
empreendimento. Devem, ainda, elaborar um projeto para o início das atividades
da indústria, primeiramente para montagem de peças e avançando para a
fabricação de armas. Assinaram o memorando Hamad Al Almeri, presidente da
Caracal International, os empresários Paulo Humberto Barbosa e Augusto de Jesus
Delgado, Luiz Maronezi (SED) e Emmanuel Henrique (SSPAP) que representaram o
governo local. A previsão é de que sejam gerados com a consolidação da
iniciativa cerca de 1.250 empregos diretos e indiretos.
No
website da Caracal é informado que eles produzem apenas um modelo de pistola, o
Caracal Enhanced F, em calibre 9mm Parabellum (9x19mm), um modelo de
submetralhadora, a CMP9, também em 9mmP, três modelos de fuzil de assalto, o
CAR 814, CAR 816 e CAR 817AR, nos calibres 5,56x45mm, 5,56x45mm e 7,62x51mm,
respectivamente. Produz também três modelos de fuzil (ou rifle) de precisão,
CSR 338, CSR 308 e CAR817D, nos calibres .338 Lapua Magnum, 7,62x51mm e
7,62x51mm, respectivamente, e por conta disso provavelmente suas vendas para o
Brasil, serão focadas nas Forças de Segurança Pública e Forças Armadas, já que
os calibres de suas armas são todos restritos.
Apesar
de o foco da empresa ser o Estado, é importantíssimo observarmos que esse é um
marco de muita relevância para a indústria bélica brasileira, já que pela
primeira vez desde que a Beretta vendeu seus maquinários e projetos para a
Taurus, lá pelos idos de 1980, uma indústria estrangeira se instalará no país,
quebrando assim o oligopólio (quase que um monopólio) imposto pela Taurus e
IMBEL, no país. Não podemos descartar a Boito de nosso mercado, porém ela é
focada na fabricação de espingardas (mercado que divide com a CBC), ou seja, na
verdade temos apenas 3 empresas do ramo instaladas no país , a CBC, que é dona
de 51% das ações da Taurus, IMBEL e Boito, sendo que pouco competem entre si.
A
Taurus/CBC fabrica pistolas, revólveres, submetralhadoras, carabinas e
espingardas. A IMBEL por sua vez fabrica pistolas, rifles e fuzis de assalto. A
Boito, como dito anteriormente, é focada na fabricação de espingardas. Como
podemos ver, tirando a Boito que compete com a CBC/Taurus, as outras duas
possuem quase que um acordo de cavalheiros: uma não entra no mercado da outra,
sendo que a competição que existe é quanto a fabricação de pistolas. Mesmo
assim, a Taurus tem uma gama muito maior deste produto do que a IMBEL.
Na
humilde opinião deste que vos escreve, a Caracal afetará com mais força a fatia
de mercado da IMBEL, pois ela fabrica justamente dois de seus produtos mais
vendidos ao Estado, os rifles de precisão e fuzis de assalto. O mercado de armas
curtas da Taurus não será muito afetado, já que continuarão a vender pistolas
.40 S&W e revólveres .38 SPL, e demais armas curtas de diferentes calibres
que o Estado demandar. A Taurus possui também um leque maior de modelos de
submetralhadoras a oferecer, diferente da Caracal, que no momento tem apenas um
modelo.
Devemos
lembrar que em 2013, a CZ-UB também assinou um acordo com o Brasil e ela se
instalaria na cidade de Pomerode-SC, mas este fato acabou não se tornando
realidade e a CZ desistiu do acordo em 2015. Resta então sabermos se a Caracal
de fato conseguirá ser mais forte que o lobby feito pelas indústrias bélicas
nacionais. Todos esperamos que sim, e que finalmente tenhamos armas de melhor
qualidade sendo usadas por nossos policiais e militares.
Ricardo
M. Andrade
Firearms
Brasil
Não foi Lobby da taurus e da Imbel.... foi falcatrua do exército mesmo querendo "boiadas" ou "facilidades' dentro da CZ que fez com que eles percebessem que era roubada se meter em um país onde muita gente é filha da puta.
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