TAIPÉ
(Reuters) - Um grupo de navios de guerra chineses liderado pelo único
porta-aviões do país entrou na metade superior do Mar do Sul da China nesta
segunda-feira, depois de passar ao sul de Taiwan, informou o Ministério da
Defesa da ilha autoadministrada sobre o que os chineses definiram como um
exercício de rotina.
A
manobra ocorre em meio a um aumento nas tensões a respeito de Taiwan – que os
chineses afirmam ser seu território, o que não lhe possibilita ter relações de
Estado a Estado – na esteira de um telefonema do presidente eleito dos Estados
Unidos, Donald Trump, à presidente da ilha, um acontecimento que irritou Pequim.
Construído
pelos soviéticos, o porta-aviões Liaoning participou de exercícios anteriores,
inclusive alguns no Mar do Sul da China, mas a China está a anos de distância
de aperfeiçoar operações com este tipo de embarcação semelhantes às que os EUA
vêm praticando há décadas.
O
Ministério da Defesa de Taiwan disse que o porta-aviões, acompanhado de cinco
embarcações, passou a sudeste das Ilhas Pratas, que são controladas por Taiwan,
rumando para o sudoeste.
Anteriormente
o grupo passou 90 milhas náuticas ao sul do extremo sul de Taiwan por meio do
Canal de Bashi, situado entre Taiwan e as Filipinas.
"Permanecer
vigilante e flexível sempre foi o método normal de manter a segurança do espaço
aéreo", disse o porta-voz do ministério, Chen Chung-chi, recusando-se a
dizer se caças taiwaneses foram acionados ou se submarinos foram mobilizados.
Chen
disse que a pasta continua a "monitorar e tomar pé da situação".
O
parlamentar taiwanês veterano Johnny Chiang, um opositor nacionalista, disse
que o exercício com o Liaoning é a maneira de a China assinalar aos EUA que se
insinuou na "primeira cadeia de ilhas", uma área que inclui as Ilhas
Ryukyu japonesas e Taiwan.
Na
capital chinesa, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua
Chunying, disse que as pessoas não deveriam se inquietar tanto com as ações do
porta-aviões, já que sua movimentação está dentro da lei.
"Nosso Liaoning deveria desfrutar, de acordo com a lei, da liberdade de navegação e de sobrevoo tais como determinados pela lei internacional, e esperamos que todos os lados saibam respeitar este direito da China", disse ela durante um boletim diário à imprensa.
O
influente tabloide estatal chinês Global Time afirmou que o exercício mostrou
como o porta-aviões está melhorando suas habilidades de combate e que agora ele
deveria navegar para ainda mais longe.
UOL
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