Uma
funcionária da Fundação Thomson Reuters, braço caritativo da agência britânica
de notícias, com cidadania britânica e iraniana foi condenada a cinco anos de
prisão. Como comunicaram autoridades iranianas neste domingo (22/01), ela é
acusada de tentar derrubar o governo em Teerã.
Nazanin
Zaghari-Ratcliffe estava detida há dez meses, desde sua prisão por espionagem e
motim. Ela foi detida ao tentar deixar o Irã em abril de 2016 com a filha após
uma visita à família. Seu passaporte foi apreendido e a criança foi colocada
sob os cuidados dos avós.
Embora
tenha cidadania britânica, a diretora de projeto de 37 anos não pode pedir
ajuda ao consulado do Reino Unido, já que o Irã não reconhece a dupla
cidadania. No país, os julgamentos de réus com dois passaportes costumam ser
conduzidos a portas fechadas, perante um tribunal especializado em casos de
espionagem.
Acusações
vagas
Poucos
detalhes das acusações contra Zaghari-Ratcliffe foram divulgados. Seu marido,
Richard Ratcliffe, nega categoricamente a alegação de que ela é trabalharia
para a BBC Farsi. O departamento persa da emissora estatal britânica tem sido
alvo de repetidas críticas do governo iraniano por "encorajar"
protestos ilegais e incitar a opinião pública.
"Nazanin
nunca trabalhou para a BBC Farsi. Ela atuou como assistente de treinamento para
a BBC Media Action, o braço caritativo da BBC, de 2009 a 2010", disse a
chefe-executiva da Fundação Thomson Reuters, Monique Villa.
A
primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, expressou preocupação pelo caso
Zaghari-Ratcliffe numa teleconferência com o presidente iraniano, Hassan
Rouhani, em agosto, mas sem sucesso. Um porta-voz do Judiciário iraniano
classificou a sentença como "finalizada", o que provavelmente significa
que Zaghari-Ratcliffe perdeu a última chance de apelação.
DW
- Deutsche Welle
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