Após esse período de preparação
em Campinas, se obtiverem rendimento satisfatório, os alunos poderão ingressar
como cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ),
onde escolherão qual carreira militar seguirão, tendo início, assim, a mais
quatro anos de treinamento. As mulheres dessa primeira turma poderão optar
entre as áreas de Intendência e Material Bélico.
Antes, as mulheres alcançavam o
oficialato, no Exército Brasileiro, servindo como oficiais temporárias (para
áreas técnicas de Ensino Médio ou de Nível Superior); ou por intermédio de
concurso para o Instituto Militar de Engenharia (IME), para o Quadro
Complementar de Oficiais (QCO), em diversas áreas técnicas, incluindo o
Magistério, e para o Serviço de Saúde – essas duas últimas após cursarem o
Ensino Superior em estabelecimentos civis.
Na EsPCEx, rapazes e moças terão
a mesma rotina de estudos e práticas, que inclui técnicas militares, como ordem
unida, regulamentos e normas do Exército, armamentos, topografia e orientação,
idiomas e treinamento físico.
“Nós não temos um pelotão
exclusivo de mulheres. Elas estão inseridas nos pelotões, recebendo a mesma
educação militar. A diferença é unicamente no treinamento físico: elas fazem os
mesmos exercícios, porém os índices para aprovação são diferenciados”, explicou
o Comandante do Corpo de Alunos da Escola, Tenente-Coronel Jean Lawand Júnior.
“Essas moças estão muito focadas, sabem que vão fazer história e querem fazer
história. É nítido o foco, a determinação e a vontade delas. Nós estamos muito
orgulhosos”, ressaltou.
Evento emocionante para as
famílias
O momento da entrada pelos
portões foi testemunhado e registrado com vídeos e fotos pelas famílias. Em
seguida, pais, mães, irmãos e amigos vivenciaram outra emoção: a entrega da
boina azul-ferrete, que caracteriza os alunos da EsPCEx. Anderson e Jacira
Cesário, pais de Vinícius Cesário, 17, estavam atentos para todos os eventos do
dia. “A saudade é muito grande, mas eu estou animada e muito orgulhosa dele.
Também estou tranquila, porque sinto que ele está sendo bem encaminhado. Sei
que ele vai sair daqui uma outra pessoa, bem melhor, por causa da educação que
ele vai receber”, disse a mãe.
50 anos da Turma Marechal Mariano da Silva Rondon
A formatura que marcou a entrada
de novos alunos na EsPCEx também foi de comemoração pelos 50 anos da turma
Marechal Mariano da Silva Rondon. Integrantes do grupo estiveram presentes no
evento e entoaram a canção da Escola, acompanhados pelos novos alunos. Em
seguida, eles entraram marchando na EsPCEx.
O Comandante do Exército, General
de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, fez parte dessa turma, junto com
jovens de várias regiões brasileiras que iniciaram o treinamento para oficial
do Exército em 1967. “É um momento especial pra mim e para o Exército. Primeiro,
porque minha turma completa, hoje, 50 anos e está aqui com a mesma energia, o
mesmo entusiasmo de meninos que éramos quando entramos por esse portão.
Segundo, por causa desse processo dinâmico, no qual o Exército se reenergiza a
cada turma que entra, e agora com a presença das moças. O Exército sempre
correspondeu a um corte vertical da sociedade brasileira e, portanto, nada mais
natural que as meninas ingressem, também, no Ensino Militar Bélico”, afirmou o
Gen Villas Bôas.
Mulheres no Exército
As mulheres ingressaram
oficialmente no Exército Brasileiro em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial.
A Força Expedicionária Brasileira contou com 73 enfermeiras. Já em 1992, a
primeira turma de mulheres foi matriculada na Escola de Administração do
Exército, atual Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx),
instituição que forma os oficiais do Quadro Complementar, em Salvador (BA).
O Instituto Militar de
Engenharia, no Rio de Janeiro (RJ), teve mulheres integrando as turmas a partir
de 1997, para o Quadro de Engenheiros Militares (QEM). No mesmo ano, a Escola
de Saúde do Exército (EsSEx), também no Rio de Janeiro, formou a primeira turma
de oficiais médicas, dentistas, farmacêuticas.
Exército Brasileiro
“Agência Verde-Oliva”.
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