Pelo menos quatro pessoas
morreram e 15 ficaram feridas nesta sexta-feira (07/04) depois de um caminhão
ter avançado contra pedestres numa movimentada rua comercial no centro de
Estocolmo. O incidente está sendo investigado pelas autoridades suecas como um
atentado terrorista.
Nenhuma organização terrorista
reivindicou autoria do ataque, que apresenta os mesmos padrões dos
atropelamentos em massa realizados em Nice, Berlim e, mais recentemente, em
Londres. Horas após o atentado, a polícia ainda buscava o responsável.
"A Suécia foi atacada",
declarou o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, em pronunciamento à imprensa
durante a tarde. "Tudo indica que se trata de um ataque terrorista."
O ataque ocorreu por volta das
15h no horário local. Após avançar contra a multidão, o veículo se chocou
contra uma filial do centro comercial Åhléns – parte de uma das maiores redes
de lojas de departamento do país – na esquina com a rua Drottninggatan,
importante via de pedestres da cidade.
Parte do centro da capital foi
isolado, e a estação ferroviária central, que fica próxima, foi evacuada.
Serviços de transporte foram interrompidos em decorrência do ataque. Todos os
trens que partiriam ou chegariam à estação central nesta sexta-feira foram
cancelados, informou a companhia estatal SJ.
Testemunhas relataram momentos de
pânico. "Estávamos numa loja quando ouvimos um barulho, e as pessoas
começaram a gritar", disse Jan Granroth ao jornal sueco Aftonbladet.
"Eu estava na rua principal quando um grande caminhão apareceu do nada.
Não pude ver se tinha alguém dirigindo, mas o veículo ficou fora de controle.
Vi pelo menos duas pessoas serem atropeladas. Corri o mais rápido que pude
dali", descreveu outra testemunha, identificada como Dimitris, ao mesmo
veículo.
A polícia afirmou que um homem foi
preso em conexão com o ataque, mas não acredita que se trate do motorista do
caminhão. Mais cedo, as autoridades haviam divulgado imagens de um possível
suspeito capturadas por câmeras de segurança nas proximidades do local do
incidente. Elas mostram um homem vestindo uma jaqueta militar de cor verde e um
capuz escuro.
A cervejaria sueca Spendrups,
proprietária do caminhão, afirmou que o veículo havia sido roubado no início
desta sexta-feira. "É um de nossos veículos de entrega. Durante uma
entrega num restaurante chamado Caliente alguém subiu na cabine e levou o
caminhão embora enquanto o motorista descarregava", afirmou o porta-voz da
empresa, Marten Luth, à agência de notícias sueca TT.
O ataque em Estocolmo seguiu uma
série de massacres semelhantes na Europa, usando um veículo como arma. O mais
sangrento deles ocorreu em julho do ano passado em Nice, no sul da França, onde
um caminhão avançou contra uma multidão matando mais de 80 pessoas.
Líderes internacionais reagem
Em passagem pelo Brasil, o rei da
Suécia, Carl 16 Gustaf, lamentou o incidente em comunicado. "Eu e toda a
família real recebemos com pesar as informações sobre o ataque desta tarde em
Estocolmo. Os motivos e a extensão do incidente ainda não são conhecidos.
Estamos acompanhando os desenvolvimentos, mas nossos pensamentos estão agora
com as vítimas e suas famílias."
Várias entidades e líderes
internacionais também prestaram suas condolências. A União Europeia (UE)
ofereceu apoio e solidariedade ao governo sueco. "Um ataque a qualquer de
nossos Estados-membros é um ataque contra todos nós", disse o presidente
da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. "Permanecemos lado a lado em
solidariedade com o povo sueco", afirmou.
O porta-voz da chanceler federal
da Alemanha, Angela Merkel, expressou os sentimentos do governo em Berlim, alvo
de um ataque semelhante em dezembro passado, quando um caminhão avançou contra
um mercado de natal e matou 12 pessoas. "Nossos pensamentos estão com as
pessoas em Estocolmo, os feridos, os familiares, as equipes de resgate e a
polícia", disse Steffen Seibert.
O presidente da Rússia, Vladimir
Putin, afirmou em telegrama enviado ao rei sueco que, "neste momento
difícil, os russos estão em luto junto com a população da Suécia".
"Em nosso país, as pessoas sabem, e não por rumores, sobre as atrocidades
do terrorismo internacional", afirmou. Na última segunda-feira, um ataque
no metrô de São Petersburgo deixou 14 mortos e dezenas de feridos.
Anne Hidalgo, prefeita de Paris –
também alvo de sangrentos ataques nos últimos anos –, expressou em comunicado
sua "forte emoção" a respeito "desse ataque terrorista de imensa
covardia". Ela informou que, a partir da meia-noite no horário local, a
icônica Torre Eiffel ficará às escuras em homenagem às vítimas do atentado.
O secretário-geral das Nações
Unidas, António Guterres, condenou o "ataque violento" e expressou
condolências às famílias das vítimas, afirmando que a ONU está solidária com a
Suécia. "Esperamos que os responsáveis pelo ataque sejam rapidamente
levados à Justiça", disse em comunicado.
DW - Deutsche Welle
Nenhum comentário:
Postar um comentário