Pelo
menos dez pessoas morreram nesta segunda-feira (03/04) numa explosão ocorrida
no metrô no centro de São Petersburgo, segunda maior cidade da Rússia. Outras
43 ficaram feridas, num ataque investigado como terrorista pelas autoridades.
A
explosão atingiu dois vagões próximo à estação Sennaya Ploshchad, que encheu de
fumaça, sendo logo esvaziada. Após o impacto, o maquinista ainda conduziu o
metrô até chegar à Sennaya Ploshchad, o que ajudou a remover os feridos e a
salvar vidas.
"A
explosão ocorreu entre duas estações, mas o maquinista tomou a decisão
absolutamente correta de não parar o trem até chegar à próxima estação",
afirmou a porta-voz do Comitê de Instrução russo, Svetlana Petrenko. "Isso
permitiu iniciar a remoção das pessoas imediatamente e ajudar os feridos."
Uma
segunda bomba foi encontrada em outra estação de metrô – Ploshchad Vosstaniya –
e foi desarmada pela polícia. Embora radicais chechenos tenham perpetrado
ataques na Rússia nos últimos anos, ainda não há indicações de quem seria o
responsável pela explosão.
Todas
as estações de metrô da segunda maior cidade do país foram interditadas e
esvaziadas. Fotos divulgadas nas redes sociais mostravam feridos numa
plataforma e portas destruídas de um vagão do metrô.
"Tudo
ficou cheio de fumaça, havia muitos bombeiros. Eles gritaram para corrermos
para a saída e todo mundo correu. Todos estavam em pânico", contou a
estudante Maria Smirnova, que estava no trem atrás do que explodiu.
Investigação
O
presidente russo, Vladimir Putin, estava na região para se reunir com seu
homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko. No momento da explosão ele se
encontrava em Strelna, na periferia de São Petersburgo.
Putin
prometeu que as autoridades de segurança esclarecerão a explosão. "Estamos
considerando todas as possibilidades, se foi um ato criminoso ou se teve um
caráter terrorista."
Segundo deputado Viktor Oserov, do Conselho da Federação, todos os indícios apontam na direção de um atentado terrorista. Fontes oficiais avaliam entre 200 e 300 gramas de dinamite a força explosiva do artefato, que tinha fragmentos de metal.
Autoridades
russas confirmaram a abertura de uma investigação como ato de terrorismo. Uma
câmera de segurança teria captado a imagem do suspeito de ter colocado a bomba
no metrô. Os explosivos foram deixados numa bolsa. Nenhum grupo assumiu a
autoria do ataque.
Duas
pessoas estão sendo procuradas pelas autoridades. Uma teria colocado os
explosivos no vagão do metrô, e a outra, deixado a bomba na estação Ploshchad
Vosstaniya.
A
Rússia já foi alvo de ataques similares nos últimos anos, e líderes rebeldes chechenos
com frequência ameaçam realizar novos atentados. Em 2010, pelo menos 38 pessoas
morreram quando dois suicidas detonaram bombas em trens de metrô lotados em
Moscou.
Luto
Em
homenagem às vítimas da explosão, a cidade de São Petersburgo decretou três
dias de luto oficial. O presidente russo ofereceu também condolência às vítimas
e aos seus familiares.
A
chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, afirmou que
está acompanhando o caso junto como todos os ministros do Exterior do bloco,
que estavam reunidos em Luxemburgo nesta segunda. "Todos os nossos
pensamentos estão com os russos", disse no Twitter.
O
governo alemão expressou sua "profunda comoção" pelas "terríveis
notícias" que chegam de São Petersburgo.
"Com
profunda comoção estou seguindo as terríveis notícias de São Petersburgo",
afirmou o ministro alemão do Exterior e vice-chanceler, Sigmar Gabriel, que
ressaltou que muitos indícios parecem indicar que trata-se de um "pérfido
atentado contra pessoas inocentes em sua rotina diária".
DW
- Deutsche Welle
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