Bombardeiros
americanos realizam exercícios militares com Coreia do Sul e Japão no mesmo dia
em que Trump afirma que "ficaria honrado" em se reunir com Kim
Jong-un.
A
Coreia do Norte acusou os Estados Unidos nesta terça-feira (02/05) de elevar as
tensões na Península da Coreia, exacerbando o risco de um conflito nuclear,
após bombardeiros americanos realizarem manobras na região.
As
Forças Armadas do Pacífico (Pacaf) dos EUA confirmaram em comunicado que dois
bombardeiros supersônicos B-1B partiram da base aérea Andersen, na ilha de
Guam, e realizaram exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul e o
Japão.
Antes
do anúncio, Pyongyang havia denunciado as manobras militares, que considerou
como mais uma grave provocação americana. "As provocações militares
irresponsáveis deixam a situação na Península da Coreia à beira de uma guerra
nuclear", afirmou a agência estatal de notícias norte-coreana KCNA.
Os
norte-coreanos afirmam que os bombardeiros conduziram uma simulação do
lançamento de uma bomba nuclear, numa época em que o presidente americano,
Donald Trump, e outros "instigadores da guerra se preparam para atacar seu
território".
O
Ministério da Defesa da Coreia do Sul disse que os exercícios militares visam
impedir as provocações do país vizinho e testar a prontidão das Forças Armadas
dos três países.
Trump
"ficaria honrado" em se reunir com Kim Jong-un
O
voo dos bombardeiros nesta segunda-feira ocorreu no mesmo dia em que Trump
afirmou, durante uma entrevista à emissora Bloomberg, que "ficaria
honrado" com a possibilidade de se encontrar com o líder norte-coreano,
Kim Jong-un, "sob circunstâncias adequadas". Mais tarde, a Casa Branca
esclareceu que as tais circunstâncias "por enquanto não existem".
A
última reunião entre uma autoridade do alto escalão do governo americano com o
regime comunista em Pyongyang ocorreu em 2000, durante o governo Bill Clinton,
quando a então secretária de Estado, Madeleine Albright, encontrou-se com Kim
Jong-Il, pai de Kim Jong-un, na capital norte-coreana, para discutir o programa
nuclear.
As tensões vêm aumentando na região nos últimos meses em razão dos testes de mísseis norte-coreanos e com o endurecimento da retórica de Washington. Os EUA chegaram a sugerir possíveis ataques preventivos à Coreia do Norte e enviaram para a região o porta-aviões nuclear USS Carl Vinson para tomar parte nas manobras militares, encerradas neste domingo.
Há
temores de que Pyongyang realize um novo teste nuclear a partir da base de
Punggye-ri. Imagens de satélite do local feitas no mês passado registram
possíveis preparativos.
Também
contribui para o acirramento das tensões a instalação do polêmico escudo
antimísseis Thaad na Coreia do Sul, com o objetivo de conter ameaças de
Pyongyang.
O
exército americano confirmou nesta terça-feira através de comunicado que o
Thaad já está em funcionamento, com "capacidade de interceptar mísseis
norte-coreanos e defender a República da Coreia (nome oficial da Coreia do
Sul)".
DW
- Deutsche Welle
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