Campinas
(SP), 1º/06/2017 – As Forças Armadas concluíram hoje (1º) o processo de envio
da última tropa do 26º Contingente Brasileiro para o Haiti. Um Boeing 767 da
Força Aérea Brasileira (FAB) decolou do Aeroporto de Viracopos, em Campinas,
com militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que fazem parte do
total de 970 militares que compõem esse último contingente brasileiro. Em
cerimônia marcada pela emoção, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, despediu-se
dos militares e levou uma mensagem de esperança a todos eles.
“Vão
em paz. Levem a paz, e em paz voltem ao solo de seu País. Outras missões
esperam o Brasil mundo afora”, afirmou Jungmann.
O
ministro iniciou o discurso explicando que os militares brasileiros que atuam
em missões de paz, sob a liderança das Nações Unidas, “são sinônimos de
respeito”. Segundo ele, historicamente, os integrantes das Forças Armadas deram
ao Brasil o reconhecimento mundial como país provedor da paz.
Para
os familiares que acompanharam a cerimônia, Jungmann afirmou que a tropa
regressará tranquilamente. “Em agosto, estaremos no Haiti para o início do
retorno da tropa ao Brasil. Quero dizer aos familiares que todos vão bem e
regressarão bem”, destacou.
O
comandante Militar do Sudeste (CMSE), general João Camilo Pires de Campos,
contou que dos 26 contingentes enviados ao país caribenho, sete foram compostos
por militares do CMSE. “Tenho convicção de que a tropa deixará ótima lembrança
à população do Haiti”, discursou.
O
general Campos também afirmou que é praxe uma operação ser marcada pelo
contingente, em seu começo, e, pela tropa, em seu encerramento.
“Historicamente,
nos grandes eventos e nas grandes missões, dois contingentes são marcados pelo
êxito: o primeiro e o último. Por isso, temos a certeza do grande êxito desta
tropa”, assegurou.
Emoção
na despedida
Desde
as primeiras horas, cerca de 250 militares esperavam ansiosamente o pouso do
Boeing 767, que decolara do Rio de Janeiro transportando parte da tropa. No
pátio do aeroporto de Campinas, familiares também se posicionavam para o
evento. No meio da manhã, uma pequena garoa insistia em tomar conta da
cerimônia. Mas, ninguém queria arredar os pés do lugar.
Terminados
os discursos, o local foi tomado por mais emoção. Todos se abraçavam numa
bonita despedida, dando a tônica daquele momento inesquecível. E começou a hora
do embarque. Lágrimas e acenos, beijos e abraços. Portas cerradas, o avião
começou a taxiar. Nos primeiros metros do deslocamento para a decolagem, dois
caminhões do Corpo de Bombeiros jorravam jatos de água, num gesto de batismo à
aeronave que deixava o solo brasileiro ruma à última missão de paz no Haiti.
Missão
de Paz
O
26º Contingente Brasileiro a integrar a Missão das Nações Unidas para a
Estabilização do Haiti (MINUSTAH) é composto por 970 militares, sendo 181 da
Marinha, 639 do Exército e 30 da Aeronáutica. A missão foi iniciada em 2004,
quando o governo brasileiro foi convidado pela ONU para liderar as forças
internacionais com o objetivo de prover a paz neste país caribenho.
Nesses
13 anos, mais de 35 mil militares passaram pelo País. Na avaliação do ministro
Jungmann, além do começo da operação, quando os militares brasileiros tiveram
que entrar em confronto com as milícias haitianas, os dois momentos mais
marcantes foram: o terremoto que devastou parte do Haiti, em 2010, e o furacão
Mattew, que atingiu diversas regiões no ano passado.
A
retirada das tropas do Haiti foi decidida pelo conselho das Nações Unidas. Este
último contingente chegará a Porto Príncipe ainda hoje. Dentro dos próximos
dois dias haverá a substituição dos militares que estão há seis meses naquele
país e que retornarão para o Brasil neste final de semana.
Enquanto
isso, os componentes dos 26º Contingente Brasileiro começam o retorno para o
Brasil em 31 de agosto. A meta é que em 15 de outubro toda tropa já tenha
regressado para o Brasil. “Nós iremos a Porto Príncipe recebê-los na cerimônia
de partida daquele país”, afirmou Jungmann.
Outras
missões
O
Brasil já tem convite das Nações Unidas para integrar novas missões de paz.
Segundo antecipou o ministro, o próximo desafio das Forças Armadas deverá ser
na África. “Uma das possibilidades em análise é a República Centro Africana.
Mas esta decisão tem que ser tomada pelo Presidente da República”, disse.
A
cerimônia de embarque da tropa foi acompanhada pelo chefe do Estado Maior do
Exército (EME), general Fernando Azevedo Silva, pelo chefe de operações Conjuntas
do Ministério da Defesa, general César Augusto Nardi de Souza, e oficiais
generais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Ministério
da Defesa
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