Dotadas
de uma torre remotamente controlada, equipada com modernos equipamentos de
visão noturna e um canhão 30 mm como arma principal, as Viatura Blindada de
Transporte de Pessoal Média de Rodas (VBTP-MR) Guarani versão UT-30BR
aumentarão o poder de fogo e a proteção blindada da Brigada nas operações de
defesa externa, de combate a ilícitos transfronteiriços e de proteção de
infraestruturas críticas existentes na região oeste paranaense.
A
Torre UT-30BR
Algumas
das VBTP-MR 6x6 Guarani receberam recentemente a torre não tripulada UT-30BR
(Unmanned Turret 30 mm Brazil), aumentando suas capacidades de fogo. Nesse tipo
de torre, o atirador se mantém protegido dentro da viatura, maneja o armamento
por meio de comandos tipo “joystick” e observa o terreno por intermédio de um monitor
LCD. Trata-se de um Sistemas de Armas Remotamente Controlado (SARC).
A
Guarani com UT-30BR comporta três tipos de armamentos: o canhão automático 30
mm ATK BushMaster MK44; a metralhadora coaxial 7,62 mm; e o lançador de
granadas fumígenas 76 mm. O canhão possui funcionamento elétrico, tipo Chain
Gun, no qual o conjunto ferrolho movimenta-se ciclicamente, sem a necessidade
da utilização dos gases oriundos dos disparos, o que proporciona um índice
muito baixo de incidentes de tiro, além de fácil manutenção.
A
torre possui dois cofres de munição 30 mm, um com capacidade para 50 cartuchos
e outro para 150, então, é possível alimentar o canhão com até dois tipos de
munição simultaneamente. Como vantagem, tem-se a munição toda estocada na parte
externa da viatura, o que aumenta as chances de sobrevivência da tropa, caso
sofra ataques anticarro ou com mina terrestre. Sua cadência inicial é de 200
tiros por minuto, com alcance efetivo de 3.000 metros (com munição perfurante)
e 2.000 metros (com munição explosiva).
A
metralhadora automática coaxial 7,62 mm proporciona alta expectativa de impacto
a 500 metros e possui uma cadência de aproximadamente 700 tiros por minuto,
podendo ser alterada de acordo com o ajuste do regulador de gases. Diferente do
canhão, os gases dos disparos são aproveitados para o funcionamento da
metralhadora.
Por
fim, o lançador de granadas fumígenas pode lançar oito artefatos a
aproximadamente 30 metros de distância, formando uma cortina de fumaça de cerca
de 100 metros de frente, que oculta a viatura diante do adversário e a protege
contra a telemetria laser dos armamentos inimigos. O operador pode disparar
quatro ou oito granadas simultaneamente.
A
torre UT-30BR possui um dispositivo de segurança para a detecção de ameaça a
laser chamado Elbit's Laser Warning System (ELAWS), que alerta quanto a ameaças
laser inimiga, informando a direção de origem. Em uma situação de combate,
quando detectada a ameaça, o operador pode configurar a torre para apontar
automaticamente para a direção ou manualmente, bastando pressionar um botão.
O
“auto tracking”, ou “Automatic Target Tracking” (Acompanhamento Automático de
Alvos), é um recurso muito útil desse modelo de torre, que permite o
acompanhamento, sem a necessidade de interferência humana. Existe, ainda, uma
outra ferramenta, chamada de “Caçador-Matador” (Hunter-Killer), que permite ao
comandante trazer o armamento para a direção em que estiver observando,
trazendo o canhão para seu comando e executando o disparo, sem a interferência
do atirador.
Além
do Brasil, vários países já adquiriram esse equipamento, tais como Eslováquia,
Bélgica e Portugal. A torre também pode ser integrada a outros tipos de
viaturas blindadas
Capacitação
técnica de militares no CAEx
Uma
etapa importante para esse processo foi o preparo de recursos humanos para a
experimentação doutrinária do Produto de Defesa, por isso, o Exército
disponibilizou capacitação para militares da 15ª Bda Inf Mec, do Centro de
Instrução de Blindados (CI Bld) e do Centro de Avaliações do Exército (CAEx),
como o ocorrido, de 16 a 27 de maio de 2016, no Rio de Janeiro.
Técnicos
da empresa Elbit Systems (israelense) e da ARES Aeroespacial e Defesa S.A.
(brasileira) estiveram nas instalações do CAEx para ministrar as instruções,
que teve a participação de 20 oficiais e praças. O curso visou habilitar os
militares paras as atividades de experimentação doutrinária, instrução e de
avaliação técnica e operacional do sistema de armas em questão.
Durante
o curso, com atividades eminentemente práticas, os instruendos aprenderam a
utilizar o equipamento nos modos de operação: manual, potência, estabilização e
transporte. O plano de matéria do curso contemplou os seguintes assuntos:
realização de tiro com o canhão 30 mm, com a metralhadora 7,62 mm e com o
lançador de granadas fumígenas; além de carregamento, alimentação, dobramento
da torre e manutenção em primeiro escalão.
Por
fim, o Exército, por intermédio do CI Bld está diuturnamente comprometido em
criar as condições para que o recurso humano tenha todo o conhecimento e
competência para o melhor uso dos atuais meios de emprego militar.
Agência
Verde-Oliva, DF e CI Bld
Nenhum comentário:
Postar um comentário