O
Conselho de Segurança da ONU condenou "veementemente" o lançamento
pela Coreia do Norte de um míssil balístico que sobrevoou o Japão, numa
declaração adotada por unanimidade nesta terça-feira (29/08).

A
declaração unânime do Conselho de Segurança, que se reuniu sob caráter de
emergência a pedido de Tóquio e Washington, descreveu as ações de Pyongyang
como "ultrajantes" e insistiu na exigência de que o governo
norte-coreano "pare de imediato" com os lançamentos.
"O
Conselho de Segurança, determinado no seu compromisso por uma península coreana
desnuclearizada, enfatiza a importância vital de ações imediatas e
concretas" por parte de Pyongyang "de forma a diminuir a
tensão", diz o comunicado. Os lançamentos representam "não apenas uma
ameaça para a região, mas para todos os Estados-membros da ONU", prossegue
o texto.
O órgão da ONU se manifestou "seriamente preocupado" por a Coreia do Norte estar "minando a paz e a estabilidade regional de forma deliberada" e reiterou estar comprometido com uma solução política, diplomática e pacífica, além de renovar os apelos a Pyongyang para que suspenda os seus programas nucleares e de mísseis.
"Pede-se
a todos os Estados-membros que apliquem de forma estrita e plena as resoluções
da ONU, incluindo aquelas que impõem sanções econômicas à Coreia do
Norte", ressaltou o texto, lido na sala oficial do Conselho de Segurança das
Nações Unidas pelo presidente em exercício, o embaixador egípcio. O documento,
no entanto, não aborda a possibilidade de potenciais novas sanções.
O
mais recente lançamento de um míssil por parte da Coreia do Norte ocorreu menos
de um mês depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado, por
unanimidade, uma resolução que incluiu o mais duro pacote de sanções contra
Pyongyang, incluindo a proibição de exportações norte-coreanas de carvão, ferro
e chumbo. As medidas devem privar a Coreia do Norte de receitas anuais na ordem
de 1 bilhão de dólares.
Na
manhã desta terça-feira, a Coreia do Norte ter disparado um míssil que, pela
primeira vez desde 2009, sobrevoou o território japonês, percorrendo 2.700
quilômetros antes de cair a leste da ilha de Hokkaido em águas do oceano
Pacífico.
Tratou-se
do 13º lançamento de um míssil balístico pela Coreia do Norte desde o início do
ano, segundo dados de Seul. No último domingo, Pyongyang também lançou três
mísseis de curto alcance no Mar do Japão.
Pequim
indica afastamento de Pyongyang
O
ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, admitiu que o lançamento do
míssil norte-coreano "violou as resoluções das Nações Unidas e minou os
tratados de não proliferação".
"A
China não é a favor [do lançamento do míssil] e estamos trabalhando com outros
membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou Wang,
prometendo também "dar a resposta necessária".
O
ministro chinês ressaltou que China e Coreia do Norte "são vizinhos e têm
uma velha amizade", mas disse que Pyongyang "violou as resoluções e,
por isso, como membro permanente do Conselho de Segurança e país importante e
responsável, a China deve tomar uma posição clara".
Wang
sublinhou que o seu governo "cumprirá totalmente com as resoluções"
da ONU e afirmou que estas são importantes para tentar "conter o programa
nuclear e de mísseis norte-coreano". O ministro apelou ainda "a todas
as partes para que não empreendam ações que resultem numa escalada de tensões".
O
presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe,
pediram que se eleve até um "nível extremo" a pressão sobre a Coreia
do Norte. Nesta terça-feira, Abe falou ao telefone com o presidente americano,
Donald Trump, e ambos prometeram intensificar a pressão sobre Pyongyang.
O
regime norte-coreano disparou o míssil sobre o Japão em protesto contra
exercícios militares de Washington e Seul que estão em curso na península
coreana, e que Pyongyang considera um ensaio para uma invasão.
A
China é o principal aliado e parceiro comercial da Coreia do Norte, mas tem se
afastado do regime de Kim Jong-un, devido à sua insistência em desenvolver um
programa nuclear.
DW
- Deutsche Welle
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