Diante dos desafios envolvidos no enfrentamento a crimes desta natureza,
faz-se necessário estabelecer parcerias com órgãos civis e militares do Brasil
e de outros países. Nesse contexto, começou nesta terça-feira (1), em Brasília,
o V Seminário Internacional de Defesa Cibernética, que reúne militares das
Forças Armadas, institutos nacionais e internacionais e especialistas dos mais
diversos órgãos, com o objetivo de estreitar relações e incentivar o debate em
torno do assunto.
Na abertura do evento, o chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia
do Exército, general Juarez de Paula Cunha, destacou o quanto o problema é uma
realidade cada vez mais alarmante e alertou sobre a importância de toda a
sociedade estar unida em torno de medidas que possam contribuir com o combate
de crimes cibernéticos. “Esse já é considerado o 5º espectro da guerra e, para
enfrentar esse desafio, é fundamental que se façam parcerias, não só entre
países, mas entre os mais diversos setores, especialmente o militar e o civil”,
disse. “Quando se trata de guerra cibernética, todos estão comprometidos e, por
isso, é tão fundamental o trabalho em parceria”, afirmou.
A gerente geral do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de
Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), Cristine Hoepers, destacou que,
enquanto em 1999, o Brasil registrava 3 mil incidentes desta natureza, em 2016,
as ocorrências já chegavam a 600 mil. Os números vem de notificações
voluntárias feitas por usuários e administradores de sistemas nacionais e
internacionais, além de sensores do CERT.br espalhados por todo o País.
De acordo com a gerente, os tipos de ataques que mais registraram
aumento no Brasil foram relacionados à busca de IOT (internet das coisas),
varreduras (serviço que, quando abusado, serve para o envio de spam), fraudes e
negação de serviço (ataque que tira de operação algum serviço, computador ou
rede).
Segundo a especialista, os ataques só estão crescendo porque os
criminosos ainda encontram dispositivos vulneráveis e serviços de rede mal configurados.
Na visão dela, o País precisa pensar o problema de uma forma mais ampla. “O
foco sempre é ‘como impeço ataques à minha rede’, quando deveria ser ‘como eu
faço para a minha rede não ser usada para atacar os outros’”, ressaltou a
gerente do CERT.br.
O chefe do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), general Jayme
Queiroz, lembrou que a Estratégia Nacional de Defesa (END) estabelece o setor
cibernético como um dos principais focos de atenção. “Esse seminário e essa
troca de experiências que teremos aqui é uma excelente forma de comemorar o 7º
aniversario do CDCiber”, enfatizou.
O CDCiber é subordinado ao Comando de Defesa Cibernética (Com D Ciber)
que reúne militares das três Forças para unir esforços no campo cibernético.
O V Seminário de Defesa Cibernética vai até o próximo dia 03 de agosto,
no auditório do Comando Militar do Planalto (CMP). Mais informações no endereço
eletrônico:
https://www.doity.com.br/5-seminario-de-defesa-cibernetica.
Ministério da Defesa
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