O presidente americano, Donald Trump, prometeu nesta terça-feira (08/08)
que os Estados Unidos vão responder com "fogo e fúria" se o regime
norte-coreano continuar fazendo ameaças ao país.
A declaração veio depois de o governo em Pyongyang ter advertido, na
véspera, que continuará desenvolvendo seu programa nuclear, além de seguir
ameaçando Washington com represálias em reação às novas sanções aprovadas pelo
Conselho de Segurança da ONU no fim de semana.
"É melhor que a Coreia do Norte não faça novas ameaças aos
EUA", afirmou Trump, em conversa com jornalistas em seu clube de golfe em
Bedminster, Nova Jersey, onde passará 17 dias de férias. "Eles enfrentarão
fogo e fúria como o mundo nunca viu", ameaçou o presidente americano.
Referindo-se diretamente ao líder norte-coreano Kim Jong-un, Trump
reiterou a promessa: "Ele tem feito muitas ameaças, além do normal. Eu
disse que elas serão respondidas com fogo e fúria e, francamente, com poder, de
um tipo que o mundo nunca viu antes".
A mensagem do republicano segue uma reportagem publicada pelo jornal The
Washington Post nesta terça-feira, que revelou que a Coreia do Norte já
conseguiu produzir uma ogiva nuclear de pequeno porte. Essa ogiva poderia ser
inserida num de seus mísseis balísticos intercontinentais.
A informação tem como base um relatório confidencial sobre o regime de
Kim Jong-un, produzido em junho por uma agência de inteligência e ao qual o
jornal teve acesso.
Também nesta terça-feira, o governo japonês alertou que os programas
nuclear e de mísseis de Pyongyang entraram numa nova fase. A afirmação faz
parte de um relatório do Ministério da Defesa do Japão, divulgado dias depois
de a Coreia do Norte realizar seus dois primeiros testes bem-sucedidos de
mísseis balísticos intercontinentais, em 3 e 27 de julho.
"É concebível que o programa de armas nucleares da Coreia do Norte
já tenha avançado consideravelmente, e é possível que o país já tenha alcançado
a miniaturização de armas nucleares e adquirido novas ogivas nucleares",
observa o relatório do governo japonês.
"Desde o ano passado, quando o país forçosamente implementou dois
testes nucleares e mais de 20 lançamentos de mísseis balísticos, as ameaças de
segurança entraram numa nova fase", completa.
O mais recente dos testes com míssil intercontinental, no fim de julho,
demonstrou que Pyongyang pode ser capaz de atingir a maior parte da porção
continental dos Estados Unidos, afirmaram analistas, incluindo cidades como
Chicago e Los Angeles.
Plano de ataque
Nesta terça-feira, depois de Trump prometer responder com "fogo e
fúria" às ameaças norte-coreanas, o regime de Kim Jong-un declarou que
está "examinando cuidadosamente" um plano para atacar com mísseis o
território americano de Guam, no Oceano Pacífico.
Segundo a agência de notícias Reuters, um porta-voz norte-coreano
afirmou, em declaração à agência estatal KCNA, que o plano pode ser
implementado "a qualquer momento", assim que o líder Kim Jong-un
tomar uma decisão.
Em outra declaração, citando um porta-voz militar diferente, a Coreia do
Norte afirmou que poderia realizar também uma operação preventiva caso os EUA
mostrassem sinais de provocação.
Em reação aos recentes disparos de mísseis intercontinentais, o Conselho
de Segurança das Nações Unidas aprovou no último sábado novas sanções à Coreia
do Norte – o sétimo conjunto de medidas restritivas da ONU impostas desde que
Pyongyang executou seu primeiro teste nuclear, em 2006.
Na segunda-feira, a Coreia do Norte condenou as novas sanções, advertiu
que continuará desenvolvendo seu programa nuclear e ameaçou se vingar "mil
vezes" dos Estados Unidos caso mantenham sua política "hostil"
contra Pyongyang.
DW - Deutsche Welle
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