Ri Yong Ho disse que um tuíte de Trump publicado no sábado, no qual o
presidente alertou que o chanceler e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un,
“não estarão por perto muito mais tempo” se cumprirem suas ameaças, equivale a
uma declaração de guerra.
“O mundo todo deveria lembrar claramente que foram os EUA que declararam
guerra primeiro ao nosso país”, disse Ri a repórteres em Nova York.
“Como os Estados Unidos declararam guerra ao nosso país, teremos todo o
direito de adotar contramedidas, incluindo o direito de abater bombardeiros
estratégicos dos Estados Unidos mesmo se não estiverem dentro da fronteira do
espaço aéreo do nosso país”, afirmou Ri.
“A questão de quem não estará por perto muito mais tempo será respondida
então”.
A Casa Branca classificou de “absurda” a afirmação de Ri de que os EUA
declararam guerra à Coreia do Norte.
“Nós não declaramos guerra à Coreia do Norte. Francamente, a sugestão
disso é absurda”, disse a porta-voz da Casa Branca Sarah Sanders a repórteres.
No sábado, bombardeiros B-1B Lancer da Força Aérea norte-americana
escoltados por caças voaram no espaço aéreo internacional sobre águas ao leste
da Coreia do Norte, uma demonstração de força que se seguiu a uma troca de
farpas entre Trump e Kim a respeito dos programas nuclear e de mísseis
norte-coreanos.
A Coreia do Norte, que permanece tecnicamente em guerra com os EUA
porque a Guerra da Coreia de 1950-53 terminou em uma trégua, não um tratado de
paz, vem trabalhando para desenvolver mísseis equipados com ogivas nucleares e
capazes de atingir o território continental norte-americano, e realizou seu
sexto e maior teste nuclear neste mês.
Pyongyang acusa os EUA, que têm 28.500 soldados na Coreia do Sul, de
planejarem uma invasão e ameaça destruir o rival ocidental e seus aliados
asiáticos com frequência.
Mas a escalada retórica recente das duas partes vem alimentando tensões
e provocando temores de um erro de cálculo de qualquer um dos lados que poderia
ter repercussões gigantescas.
O Pentágono disse que o voo dos bombardeiros indicou o alcance das
opções militares disponíveis a Trump, mas autoridades dos EUA vêm enfatizando
reiteradamente que, apesar da guerra de palavras, o governo prefere uma solução
negociada para a crise.
O porta-voz do Pentágono, coronel Robert Manning, respondeu ao alerta de
Ri sobre a derrubada de bombardeiros de seu país dizendo que o Pentágono
apresentará opções para o presidente lidar com a Coreia do Norte caso suas
provocações continuem.
Reuters
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