A nova resolução das Nações Unidas foi uma punição ao sexto teste nuclear norte-coreano, o mais potente até o momento e que, segundo Pyongyang, aconteceu em 3 de setembro com uma bomba de hidrogênio
Seul, Coreia do Sul -A Coreia do Norte respondeu nesta sexta-feira às últimas sanções aprovadas pela ONU com o lançamento de um míssil balístico que sobrevoou o Japão e que aumenta ainda mais a tensão na península coreana. O míssil foi disparado de um local próximo a Pyongyang, poucos dias depois da aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU da oitava série de sanções para tentar convencer o regime norte-coreano a renunciar aos programas balístico e nuclear ilegais.
A nova resolução das Nações Unidas foi uma punição ao sexto teste
nuclear norte-coreano, o mais potente até o momento e que, segundo Pyongyang,
aconteceu em 3 de setembro com uma bomba de hidrogênio. O Conselho de Segurança
anunciou uma reunião em caráter de urgência na tarde de sexta-feira. O
secretário-geral da Otan, Jean Stoltenberg, pediu "uma resposta
mundial" após a "violação temerária" das resoluções da ONU.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não se expressou
sobre o lançamento mais recente, mas sua administração deseja que Rússia e
China, a principal aliada e apoio econômico do regime de Kim Jong-Un,
pressionem a Coreia do Norte. A China condenou o mais recente lançamento de
míssil da Coreia do Norte e pediu "moderação" às partes envolvidas,
em uma declaração da porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hua
Chunying.
O 'voo mais longo'
De acordo com o Comando do Pacífico (PACOM) americano, o artefato
lançado pela Coreia do Norte era um míssil de médio alcance que não ameaçou o
ameaçou os Estados Unidos nem seu território de Guam, no Pacífico, onde o país
possui instalações militares estratégicas. O ministério sul-coreano da Defesa
informou que o míssil percorreu 3.700 quilômetros para o leste, atingindo uma
altitude máxima de 770 km antes de cair no Oceano Pacífico.
Este é o "voo mais longo de seus mísseis balísticos", comentou
no Twitter Joseph Demsey, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos
(IISS) com sede no Reino Unido. "Isto demonstra claramente que a Coreia do
Norte dispõe de alcance suficiente - embora talvez não tenha a precisão - para
aplicar o projeto Guam", completou.
De acordo com o governo japonês, o míssil sobrevoou a ilha nipônica de
Hokkaido (norte) às 7h06 locais (19h06 de Brasília, quinta-feira) e caiu no mar
a quase 2 mil quilômetros de sua costa. Tóquio ativou o sistema de emergência
J-Alert em vários pontos da região norte do país. "Está passando um
míssil, está passando um míssil, provavelmente sobre Hokkaido em direção ao
Pacífico. Não recolham nenhum objeto que possam encontrar", afirmava o
alerta.
'Atos de provocação'
"O Japão nunca tolerará os perigosos atos de provocação da Coreia
do Norte que ameaçam a paz no mundo", reagiu o primeiro-ministro japonês,
Shinzo Abe. "Se a Coreia do Norte continuar por este caminho, seu futuro
não será radiante", completou. Seul respondeu com testes militares que
incluíram o lançamento de mísseis Hyunmu no mar do Japão, segundo o ministério
da Defesa. Um dos artefatos percorreu 250 quilômetros, uma distância suficiente
para atingir, em tese, o local de onde partiu o míssil norte-coreano em Sunan,
perto do aeroporto de Pyongyang.
O presidente sul-coreano Moon Jae-In declarou ao Conselho de Segurança
Nacional que o diálogo com o Norte é "impossível em tal situação".
Correio Braziliense
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