A Força Aérea dos Estados Unidos anunciou a compra de mais seis
turboélices Super Tucano da brasileira Embraer, aumentando as esperanças da
empresa de São José dos Campos de ampliar a parceria com o maior mercado
militar do mundo.
Os seis aviões se unirão a outros 20 que haviam sido comprados em 2014
por US$ 428 milhões. Todos serão usados no Afeganistão, cedidos à Força Aérea
local, que é treinada e equipada pelos americanos. O valor do novo contrato não
foi revelado, e os aparelhos serão feitos na fábrica da Embraer em Jacksonville
(Flórida) com sua parceira americana, a Sierra Nevada.
Desde 2016 os Super Tucanos são empregados no combate ao Taleban e a
outras milícias afegãs, reforçando sua reputação de avião contrainsurgência que
foi criada em sua aplicação contra as Farc pela Força Aérea da Colômbia.
Além de ser bom para a fama do produto, o novo contrato eleva as chances
do Super Tucano para um negócio ainda mais importante: a substituição dos
veneráveis aviões de ataque A-10 Thunderbolt 2, os famosos Warthog (javali, em
inglês).
Há tempos os EUA estudam como trocar esses aviões subsônicos a jato, com
proteção reforçada e grande poder de fogo para atingir alvos no solo. Eles
estão em operação desde 1977, e seu custo de hora-voo é de cerca de US$ 17 mil.
O Super Tucano, na sua versão em uso nos EUA, custa algo próximo de US$ 1,5 mil
para ser operado por uma hora.
O novo avião que os EUA procuram não seria exatamente um substituto
pelas características únicas do A-10, mas um aparelho a ser usado de forma
complementar quando a aposentadoria dos Javalis começar em 2018. A Embraer já
cedeu um Super Tucano para avaliação prévia contra outros concorrentes em
junho, e no mercado há a expectativa de uma demanda de até 120 aeronaves.
Em comunicado, a Embraer lembra que o Super Tucano já é operado por 13
Forças Aéreas e tem uma vantagem comercial única —já está certificado para uso
pela Aeronáutica americana. "Acreditamos que essa decisão demonstra que o
Super Tucano é a melhor aeronave para operações de apoio aéreo tático, como
também a solução comprovadamente mais confiável e econômica para cenários de
contrainsurgência e de guerras não convencionais", diz no texto o
presidente da Embraer Defesa, Jackson Schneider.
Folha de S.Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário