Militares
dizem que não pretendem realizar ocupações permanentes em favelas. Principal
objetivo, segundo Braga Netto, será "recuperar a credibilidade” da
segurança pública no estado.
O
interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, general Walter
Souza Braga Netto, disse nesta terça-feira (27/02) que os militares não
pretendem realizar ocupações permanentes em favelas da região metropolitana.
Segundo
o general, as operações serão pontuais e com tempo determinado para terminar.
"Não existe planejamento de ocupação permanente de comunidades",
disse Braga Netto.
As
Forças Armadas continuarão a participar de operações integradas, fazendo o
cerco no entorno de comunidades, e as polícias estaduais se mantêm responsáveis
pelas ações no interior dessas áreas.
"Não
há mudança no momento. As Forças Armadas já participam desse tipo de operação.
Apoiamos quando a polícia entra para fazer uma prisão. Damos o suporte para que
a polícia possa entrar com tranquilidade na comunidade", ressaltou.
Na
primeira entrevista coletiva para apresentar o plano de intervenção federal no
Rio, ele afirmou que o principal objetivo será "recuperar a credibilidade”
da segurança pública no estado. No evento para a imprensa, de pouco mais de 20
minutos, Braga Netto apresentou o novo secretário de Segurança, general Richard
Nunes.
Nunes
disse que será necessário redimensionar as Unidades de Polícia Pacificadora.
"As UPPs permanecem, mas temos um diagnóstico que indica a necessidade de
redimensionamento de certas ações nessa área", afirmou, sem dar maiores
detalhes.
Também
foi apresentado o general Mauro Sinott, chefe do Gabinete de Intervenção
Federal. O gabinete funcionará no Centro Integrado de Comando e Controle, na
Cidade Nova, na região central, e vai reunir representantes de órgãos das três
esferas de governo. Sinott afirmou que a intervenção é uma oportunidade para
órgãos de segurança pública "superarem gargalos" e terem melhorias permanentes.
"O
que vai permanecer no tempo é atuar nesses gargalos que hoje trazem alguma
dificuldade aos órgãos de segurança pública", avaliou Sinott, que apontou
problemas como atrasos de pagamentos de agentes, viaturas deficientes e
necessidade de recomposição de efetivo.
Não
houve apresentação de um plano específico, e o general Braga Netto garantiu
que, a princípio, não haverá mudanças na sistemática da segurança. "Cada
órgão vai continuar fazendo seu papel”, assegurou. O interventor afirmou que o
restante da estrutura da segurança pública, como o comando da Polícia Militar e
a chefia da Polícia Civil, permanece o mesmo no momento. "Estamos em uma
fase de estudos".
Braga
Netto avaliou que a intervenção será um trabalho gerencial e destacou que os
objetivos são recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública
e baixar os índices de criminalidade do estado, que continuarão a ser apurados
e divulgados pelo Instituto de Segurança Pública.
O
general também disse que pretende fortalecer as corregedorias das polícias para
combater a corrupção. "A intenção nossa é fortalecer as corregedorias e
tomar todas as medidas que forem necessárias para que o bom policial seja
valorizado e o mal profissional seja penalizado."
Deutsche
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