Joana
Azevedo Viana
O
porta-aviões norte-americano USS Carl Vinson (CVN 70)
está prestes a fazer história, esta segunda-feira,
ao tornar-se o primeiro navio dos EUA desta envergadura a visitar o Vietnã
desde 1975, quando terminou a controversa guerra que opôs o país aos EUA. O
porta-aviões movido à energia nuclear vai atracar na cidade portuária de
Danang, onde as primeiras tropas de combate norte-americanas desembarcaram para
dar início à guerra no Vietnã.
A
visita e o porto onde o USS Carl Vinson (CVN 70)
vai atracar são altamente simbólicos, numa altura
em que os EUA estão a tentar reforçar as relações militares com o antigo rival
e a hegemonia chinesa é crescente.
Os
analistas dizem que o envio do porta-aviões serve, acima de tudo, para mandar
uma mensagem clara à China perante as suas crescentes aspirações expansionistas
no Mar do Sul da China.
A
chegada do navio norte-americano quase coincidiu com o anúncio de Pequim de que
o seu Orçamento de Defesa para este ano vai situar-se nos 1,11 biliões de yuan
(cerca de 142 mil milhões de euros), mais 8% de investimento militar do que ano
passado.
Jonathan
Head, correspondente da BBC em Danang, diz que o acolhimento do USS
Carl Vinson (CVN 70) pelo
Vietnã envolve uma jogada arriscada, com as autoridades do país comunista
empenhadas em evitar quaisquer passos em falso com os norte-americanos que
possam pôr em causa a sua relação com a China.
Apesar
da crescente cooperação entre norte-americanos e vietnamitas, essa relação
continua a ser muito limitada e é na China que Hanói tem, de longe, o seu
principal parceiro de trocas.
Ao
longo dos últimos anos, a China tem reclamado soberania sobre grande parte do
Mar do Sul da China, incluindo recifes e ilhas que são disputados por outras nações
da região. Ao mesmo tempo, Pequim tem estado a construir ilhas artificiais
nesse corredor marítimo para defender o que diz ser o seu território.
Os
EUA continuam a assegurar que não tomam parte nestes conflitos, mas nos últimos
anos têm reforçado as chamadas missões de “liberdade de navegação”, enviando
navios da Marinha para as disputadas águas num desafio às ambições chinesas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário