Drones
atacaram neste sábado (14/09) a maior instalação de processamento de petróleo
do mundo na Arábia Saudita e um grande campo de petróleo operado pela gigante
estatal saudita Aramco, anunciou o Ministério do Interior do país. Os ataques
provocaram um grande incêndio.
"Às
4h [horário local], equipes de segurança industrial da Aramco começaram a lidar
com incêndios em duas de suas instalações em Abqaiq e Khurais, que foram
provocados por drones. Os dois incêndios já foram controlados", afirmou um
comunicado do Ministério do Interior saudita.
O
comunicado destacou que uma investigação foi aberta após o ataque. O ministério
não revelou a origem dos drones e nem informou se houve vítimas e se as
operações das instalações foram afetadas.
Rebeldes
iemenitas houthis assumiram a autoria dos ataques na refinaria em Abqaiq, e no
campo de Khurais, no leste do país. O grupo disse que enviou dez drones para
promover os bombardeios e prometeu ampliar os ataques contra a Arábia Saudita,
que lidera uma coalizão militar contra eles no Iêmen.
A
extensão dos danos não está clara. Jornalistas não foram autorizados a se
aproximarem das instalações, que tiveram a segurança reforçada. Em vídeos
divulgados na internet, aparentemente gravados em Abqaiq, é possível ouvir sons
de tiros e ver no horizonte muita fumaça e as chamas na refinaria.
Segundo
a Aramco, a refinaria em Abqaiq é a maior planta de estabilização de petróleo
do mundo. A unidade processa petróleo bruto que depois será transportado, por
oleodutos, para regiões no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho. Estima-se que o
local processe até 7 milhões de barris de petróleo bruto por dia.
Já
o campo de Khurais produziria cerca de 1 milhão de barris de petróleo bruto por
dia. Segundo a Aramco, estima-se que possa ser explorado no local mais de 20
bilhões de barris de petróleo.
Nos
últimos meses, rebeldes houthis, que são apoiados pelo Irã, realizaram uma
série de bombardeios fronteiriços com mísseis e drones contra bases aéreas
sauditas e outras instalações no país. A ONU e países ocidentais acusam Teerã
de fornecer armas ao grupo, algo que o governo iraniano nega.
No
mês passado, um ataque reivindicado pelos rebeldes provocou um incêndio na
refinaria de liquefação de gás natural próxima à fronteira com os Emirados Árabes.
O grupo também atacou duas estações de bombeamento de petróleo no oleoduto
leste-oeste do país, em maio, paralisando sua operação por vários dias.
Os
bombardeiros são uma reação aos ataques aéreos conduzidos pela Arábia Saudita
em regiões controladas por rebeldes no Iêmen. Desde março de 2015, os sauditas
lideram uma coalizão contra os houthis, que detém, entre outros, a capital do
país Sanaa. O Iêmen é o país árabe mais pobre e a guerra gerou em seu
território a pior catástrofe humanitária do mundo. O conflito já deixou mais 90
mil mortos.
O
ataque deste sábado deve aumentar ainda mais as tensões no Golfo Pérsico, em
meio ao confronto entre Estados Unidos e Irã sobre o acordo nuclear assinado
com o país árabe e as potências mundiais Inúmeros incidentes foram registrados
na região nos últimos meses, com Washington e Teerã se responsabilizando
mutuamente.
A
crise com o Irã começou após o presidente Donald Trump ter retirado os Estados
Unidos do acordo nuclear assinado em 2015 pelos dois países com a participação
ainda da Rússia, da China, do Reino Unido, da França e da Alemanha.
Deutsche
Welle
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