"Recentes
movimentos belicosos de mobilização na fronteira com a Colômbia por parte de
militares venezuelanos, assim como a presença de grupos ilegais armados e
organizações terroristas no território venezuelano, demonstram que Nicolás
Maduro não é apenas uma ameaça ao povo venezuelano, suas ações também ameaçam a
paz e a segurança dos vizinhos da Venezuela", declarou o secretário
americano de Estado Mike Pompeo, ao ativar o Tiar. Segundo ele, foi o líder
opositor Juan Guaidó - reconhecido como presidente interino por mais de 50
países - quem solicitou o acionamento do Tiar.
Na
quarta-feira (11), uma sessão do conselho permanente da Organização dos Estados
Americanos (OEA) convocou os 19 países signatários do tratado para uma reunião
a partir da próxima semana com o objetivo de discutir o "impacto
desestabilizador" da crise na Venezuela. Durante a sessão, Estados Unidos,
Brasil, Argentina, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Paraguai,
República Dominicana e a própria Venezuela, através do representante de Guaidó,
votaram por ativar o órgão de consulta do Tiar no Conselho Permanente da
Organização dos Estados Americanos (OEA).
A
Venezuela abandonou o Tiar há seis anos, mas em julho passado a Assembleia
Nacional venezuelana - liderada por Guaidó - aprovou o regresso ao tratado.
Também conhecido como "Tratado do Rio" por sua adoção na capital
fluminense, em 1947, os países membros podem optar por medidas que vão da
ruptura das relações diplomáticas ao emprego de forças armadas.
Durante
a sessão do Conselho Permanente, o chanceler da Colômbia, Carlos Holmes
Trujillo, denunciou o apoio de Nicolás Maduro à guerrilha colombiana do
Exército de Libertação Nacional (ELN) e a ex-combatentes da extinta Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). O chanceler colombiano também
pediu à comunidade internacional o emprego de todos os instrumentos ao seu
alcance "para combater eficazmente o terrorismo". Segundo ele, a
"proteção" do "regime ditatorial" de Maduro ao ELN e a
grupos armados residuais colombianos "narcoterroristas" gera novos
elementos de insegurança à paz e à estabilidade na região.
Manobras
militares na fronteira
Colômbia
e Venezuela romperam relações diplomáticas em fevereiro deste ano, desde que
Bogotá anunciou que reconhecia Guaidó como presidente interino da Venezuela. No
final de agosto, o presidente colombiano, Iván Duque, acusou o governo Maduro
de "abrigar" e "apoiar" dissidentes da extinta guerrilha
das Farc. As afirmações levaram o líder chavista a ordenar manobras militares na
fronteira comum de 2.200 km entre a Venezuela e a Colômbia até o final de
setembro, além da mobilização do sistema de mísseis terrestres e antiaéreos
venezuelanos.
Na
quarta-feira, o presidente da Colômbia, Iván Duque, recusou qualquer
possibilidade de diálogo com Maduro para reduzir a tensão na fronteira,
alegando ser impossível negociar com quem rejeita a democracia. "Quando
você dialoga é para aproximar posições e buscar pontos de acordo, mas somos um
país que defende a democracia (...) e Nicolás Maduro é inimigo da
democracia".
Duque
garantiu que seguirá denunciando junto aos organismos internacionais a presença
de "terroristas colombianos na Venezuela". "A Colômbia mantém
sua posição porque nós não estamos agredindo ninguém, não estamos fazendo provocações
de caráter militar", ressaltou.
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