O
tema do desfile cívico-militar deste ano foi "Vamos valorizar o que é
nosso". Milhares de pessoas lotaram as arquibancadas, armadas lado a lado
em um trecho da avenida, para assistir à festa cívica. Apesar do clima seco
desta época do ano no Planalto Central, o dia amanheceu nublado e um vento
forte amenizou a temperatura.
Enquanto
a Esquadrilha da Fumaça fazia sua primeira passagem, foram prestadas as honras
militares ao Presidente e entoados os Hinos Nacional e da Independência.
Os
ritos para o começo do desfile seguiram com a chegada do Comandante do Desfile
Cívico, General de Divisão Sérgio da Costa Negraes, embarcado em uma viatura
blindada Guarani – veículo desenvolvido em parceria pelo Exército Brasileiro e
por empresas nacionais. O General Negraes, Comandante Militar do Planalto,
aproximou-se do palanque e pediu permissão a Bolsonaro para iniciar a
cerimônia.
O
desfile da Independência foi aberto pelo 3º Sargento da Marinha do Brasil
Altobeli Santos, atleta olímpico que recebeu medalha de ouro e de prata nos
Jogos Pan Americanos em Lima, no Peru. O Sargento Altobeli integra o Programa
Atletas de Alto Rendimento do Ministério da Defesa. Dando sequência, um grupo
de atletas militares do PAAR desfilou, seguido de cerca de 100 integrantes do
Programa Segundo Tempo - Forças no Esporte (PROFESP). A iniciativa atende
crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social, com
idades entre 6 e 18 anos. O Programa é executado por meio de parceria entre o
Ministério da Defesa com os ministérios da Educação, da Cidadania, da Mulher,
da Família e dos Direitos Humanos.
Novo
cargueiro
O
destaque da apresentação aérea foi o KC-390, nova aeronave multimissão da Força
Aérea Brasileira. O novo cargueiro foi escoltado por duas aeronaves da FAB.
Integraram
ainda o desfile aéreo das Forças Armadas o modelo AF 1 da Marinha, que é um
avião usado para interceptação aérea, os helicópteros SH 16 Seahawk e UH-15
Alfa Super Cougar, ambos da Marinha.
Também
sobrevoaram a Esplanada dos Ministérios o helicóptero H-M-4, do Exército; e as
aeronaves operacionais F-5M Tiger, A-29 Tucano, C-130 Hércules e os
helicópteros VH-36 da Aeronáutica.
Para
surpresa de todos presentes na Esplanada dos Ministérios, após o desfile aéreo,
o Presidente Jair Bolsonaro desceu do palanque de autoridades e caminhou
interagindo com público, a pé, próximo às arquibancadas.
Carla
Priscila, 21 anos, estudante de direito, esteve no desfile pela quarta vez. “Eu
acho que o fato de a gente ter um presidente que foi militar influenciou as
pessoas quererem sair de casa vestidas de verde e amarelo e também pela questão
do patriotismo”, disse a mato-grossense moradora de Brasília.
Foi
a primeira vez que o morador da Vila Planalto, o jornalista André Gaeta,
assistiu ao desfile cívico-miliar em Brasília. “Realizei um desejo de assistir
a Banda de Fuzileiros Navais”, contou.
O
Grupamento da Marinha levou as companhias de Aspirantes da Escola Naval,
Companhia Feminina, de Marinheiros e de Fuzileiros ao desfile terrestre.
A
Companhia feminina representou a força e o profissionalismo das mulheres que
comemoram, neste ano, os 39 anos do ingresso na Força Naval. A Marinha é a
única força que possui mulheres em seu quadro de oficiais-generais. Em 2018,
foi promovida a segunda mulher ao posto de contra-almirante.
A
tropa a pé do Exército teve a participação de alunos do Colégio Militar de
Brasília, instituição que recebe estudantes do 6º ano do ensino fundamental até
o 3º ano do ensino médio. A mascote do Colégio Militar é o carneiro Nicodemos,
que percorreu o trajeto da avenida conduzido pelos jovens da instituição.
O
Grupamento de Aeronavegantes representou as unidades aéreas da Força Aérea,
localizadas nas mais diversas regiões do país.
Conhecidos
carinhosamente como pracinhas, os integrantes do Grupamento de Veteranos da 2ª
Guerra Mundial e ex-combatentes contou com a presença do Coronel Nestor da
Silva, herói que liderou um pelotão de fuzileiros na conquista de Montese, na
Itália.
A
Ordem Unida sem Comando permaneceu, por alguns minutos, em frente à Tribuna
presidencial. Os militares do grupo usam os tradicionais uniformes históricos
que remetem à Infantaria brasileira da época da Independência.
Pirâmide
humana
Uma
das atrações mais esperadas, a pirâmide humana do Batalhão de Polícia do
Exército, empolgou a plateia. Os componentes montados numa moto adaptada
deslocaram-se a uma velocidade de cerca de 20 km/h. Os militares montam a
pirâmide com o veículo em movimento.
O
Exército levou viaturas do Sistema Astros de lançadores de foguetes, armamento
de fabricação nacional. O centro de lançamento de foguetes bélicos fica situado
no Forte de Santa Bárbara, em Formosa (GO).
Ao
final da cerimônia, a atenção das pessoas voltou-se para o céu para acompanhar
as acrobacias da Esquadrilha da Fumaça. Um narrador descrevia a série de
movimentos realizadas pelas aeronaves ao público do evento.
Também
participaram do desfile integrantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária
Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Militar do DF e do Corpo
de Bombeiros Militar do DF. A solenidade contou com mais de 200 viaturas
militares e cerca de 250 cavalos do Comando Militar do Planalto e da Polícia
Militar do DF. A apresentação aérea foi composta por cerca de 40 aeronaves
interagências. Estiveram envolvidos no desfile terrestre mais de 4,8 mil
militares das Forças Armadas e Auxiliares.
Ministério
da Defesa
Por
Lane Barreto
Fotos:
Keven Cobalchini
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