A
Alemanha anunciou nesta quinta-feira (30/04) a proibição completa das
atividades do movimento xiita libanês Hezbollah no país. A medida foi exigida
pelos Estados Unidos e Israel.
Até
agora, apenas as atividades do ramo militar do Hezbollah, considerado um movimento
terrorista pelos países da União Europeia, eram proibidas, mas não as do seu
ramo político, que organiza manifestações regulares ou ações anti-Israel.
O
porta-voz do Ministério do Interior da Alemanha, Steve Alter, informou através
do Twitter que o ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, "proibiu
hoje a atividade da organização terrorista xiita Hezbollah na Alemanha".
"Desde
a manhã, várias ações policiais foram realizadas em várias regiões" contra
estabelecimentos ligados ao movimento, acrescentou o porta-voz. Os
estabelecimentos mencionados são mesquitas em Berlim, como a de Al-Irschad, a
mesquita de mesmo nome em Bremen, outra em Munster e um "centro para
imigrantes libaneses" em Dortmund.
Na
Alemanha, as autoridades estimam o número de membros do Hezbollah em 1.050,
muitos dos quais são acusados pelo Ministério do Interior de organizar reuniões
de apoio, recrutar apoiantes para o movimento e organizar manifestações pedindo
a destruição de Israel. Os EUA e Israel há muito tempo pressionam a Alemanha
para proibir o grupo completamente.
O
Comitê Judaico Americano (AJC) elogiou a decisão da Alemanha. "Agora
esperamos que outros países europeus analisem atentamente a decisão da Alemanha
e cheguem à mesma conclusão sobre a verdadeira natureza do Hezbollah",
escreveu David Harris, presidente da AJC. "Permitir que a ala 'política'
[do Hezbollah] opere em solo europeu possibilita recrutamento ativo, captação
de recursos e a propagação venenosa do antissemitismo", diz o comunicado.
O
ministro do Exterior de Israel, Israel Katz, também elogiou a decisão.
"Nas minhas conversas com [o ministro do Exterior alemão] Heiko Maas, ele
prometeu ajudar, e eu agradeço a ele", escreveu Katz no Twitter. "O Hezbollah
é uma organização terrorista e deve ser tratada como tal."
"Saudamos
esse passo extremamente importante e significante da Alemanha no combate ao
terrorismo internacional", escreveu o embaixador de Israel em Berlim,
Jeremy Issacharoff, no Twitter.
"A
decisão do governo de agir reflete a determinação do Ocidente de enfrentar a
ameaça global do Hezbollah", afirmou o embaixador dos EUA em Berlim,
Richard Grenell. Ele também apelou a outros países da UE e pediu aos
Estados-membros da UE que apoiem a expansão da lista de terrorismo da UE e
proíbam o Hezbollah na sua totalidade.
"Estamos
prontos para cooperar com a Alemanha e todos os parceiros europeus através da
aplicação da lei e do intercâmbio de informações de inteligência, a fim de
tirar do Hezbollah qualquer margem de manobra na Europa", acrescentou o
diplomata.
Em
setembro, promotores federais alemães haviam recebido autorização para abrir
processos criminais contra membros de organizações terroristas estrangeiras. Em
dezembro, o Parlamento alemão aprovou uma moção pedindo ao governo que
proibisse todas as atividades do Hezbollah no país, citando suas
"atividades terroristas", principalmente na Síria.
Em
2013, os ministros do Exterior da UE proibiram a ala militar do Hezbollah, mas
não o seu trabalho político na Europa. Como resultado, sanções podem ser impostas
a seus líderes militares.
O
Reino Unido classificou o Hezbollah como organização terrorista em fevereiro do
ano passado.
O
Hezbollah foi acusado de realizar uma série de atentados contra alvos judeus e
israelenses e é classificado como organização terrorista por Israel, países
árabes do Golfo e pela Liga Árabe.
A
organização política, militar e social islâmica xiita exerce poder considerável
no Líbano. O Hezbollah – Partido de Deus – surgiu com o apoio do Irã durante a
ocupação israelense do Líbano no início dos anos 80, embora suas raízes
ideológicas datem dos anos 60. As origens exatas do grupo são difíceis de
identificar.
O
Hezbollah também apoia o governo do primeiro-ministro libanês Hassan Diab, que
assumiu o cargo em janeiro. As unidades militares da organização lutaram ao
lado do exército do presidente Bashar Assad na Síria. O movimento é chefiado
por Hassan Nasrallah desde 1992.
Deutsche
Welle
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