O mês de agosto de 2020 marcará para sempre a história da Aviação de Patrulha na Força Aérea Brasileira. Nesse mês o 1º/7º GAV – Esquadrão Orungan, incorporou à sua dotação o Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas - Heron I.
As modernas ARP’s, denominadas na Força Aérea Brasileira como RQ-1150, são usadas por cerca de 20 países ao redor do mundo para dinamizar as operações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento.
Histórico do Projeto
O Heron I, ARP de categoria 4, fabricado pela Israel Aerospace Industries – IAI, foi adquirido pela Polícia Federal do Brasil em 2011, porém a expiração em 2016 do contrato Total Care de manutenção e suporte da aeronave geraram diversos óbices logísticos e operacionais que impediram o uso adequado do sistema.
Com o intuito de promover o retorno do SARP Heron I à capacidade operacional plena, a PF solicitou apoio do Comando da Aeronáutica em diversas áreas, bem como propôs a operação compartilhada dos seus meios, tanto visando à racionalização dos recursos disponíveis como ao aumento da capacidade operacional mútua.
Dentro do cenário supracitado, o COMAER entendeu que possuía condições de apoiar a Polícia Federal, ao mesmo tempo em que tinha interesse na utilização de outro SARP, em complemento aos já existentes no seu próprio acervo, a fim de poder ampliar a sua capacidade de atuação simultânea em cenários que exijam esses tipos de aeronaves e sensores.
Sendo assim, a fim de reestabelecer a operacionalidade do Sistema, foi publicada em agosto de 2018 a DCA 11-114 - Diretriz de planejamento para a operação conjunta do Sistema ARP Heron em proveito da Força Aérea Brasileira e da Polícia Federal. Em complemento, ficou acordada a transferência de todo o sistema para Força Aérea Brasileira, cabendo à empresa israelense IAI – Israel Aerospace Industries, revitalizar o sistema, de maneira a operacionalizá-lo novamente.
No dia 17 de outubro de 2018, o Comando de Preparo publicou a Portaria COMPREP Nº 169/SCAD-30 criando o Grupo de trabalho Sierra – GT Sierra, designando os militares responsáveis pela implantação e desenvolvimento da doutrina de operação desse vetor na Ala 12.
A partir do dia 13 de Maio de 2019, uma equipe da FAB começou a desmobilização dos equipamentos na base da PF em São Miguel do Iguaçu (PR), mobilizando 8 (oito) carretas do Centro de Transporte Logístico da Aeronáutica (CTLA) no transporte do material até a ALA 12 – Base Aérea de Santa Cruz, localizada na cidade do Rio de Janeiro.
No dia 6 de novembro de 2019 foi ocorreu o primeiro voo da aeronave envergando a matricula da Força Aérea Brasileira - FAB 7820. A decolagem foi realizada a partir do aeródromo de Santa Cruz - SBSC, totalizando 40 minutos de voo.
Incorporação
pelo 1º/7º GAV.
Em agosto de 2020, o GT-Sierra foi extinto e os seus meios materiais e recursos
humanos foram incorporados ao Esquadrão ORUNGAN. Com essa incorporação, foi
ativada a Esquadrilha IVR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) no 1º/7º
GAV.
A função da esquadrilha será disseminar conhecimentos e doutrinas relacionados
ao emprego dos sensores imageadores aeroembarcados nas aeronave P-3AM e RQ-1150
Heron I.
De acordo com o Ten Cel Av Trope, Comandante do 1º/7º GAV,“o compartilhamento
doutrinário entre os militares oriundos do GT-Sierra e do Esquadrão Orungan
representa uma excelente oportunidade de desenvolvimento das atividades de
Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, possibilitando uma melhoria no
resultado das missões e nos Produtos de Inteligência fornecidos pela Unidade Aérea”
Atualmente, o Esquadrão Orungan realiza diversas missões IVR com a aeronave
P-3AM, porém a formação básica de seus tripulantes advém da Aviação de
Patrulha. A criação de uma Esquadrilha IVR no 1º/7º GAV trará um grande
desenvolvimento do Esquadrão nessa vertente do emprego. O compartilhamento de
expertises com os oficiais e graduados oriundos da aviação de Reconhecimento
poderá representar inclusive uma melhor utilização dos sensores aeroembarcados
na aeronave P-3 Orion, incrementando a capacidade do Esquadrão na obtenção e
interpretação de imagens, bem como auxiliando a confecção dos relatórios
oriundos das missões realizadas pela Unidade.
Por outro lado, os militares que atuavam no Grupo de Trabalho Sierra passam a
contar com toda a estrutura administrativa e operacional de uma Unidade Aérea.
Além disso, os atuais operadores de equipamentos especiais do 1º/7º também
poderão ser utilizados no Quadro de Tripulantes do SARP Heron, compartilhando
com os novos integrantes os conhecimentos adquiridos durante os 9 anos de
operação da aeronave P-3AM no Brasil.
MARCELO DE CARVALHO TROPE Ten Cel Av
Comandante do 1º/7º GAv
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