Metrópoles
Coluna Paulo Cappelli
Em meio à tensão após declarações de Lula sobre
Gaza, FAB contrata Israel Aerospace para manutenção de aeronaves não
tripuladas.
Em meio à tensão envolvendo Brasil e Israel por
conta de declarações de Lula sobre Gaza, a Força Aérea Brasileira (FAB) vai
pagar R$ 86 milhões, em contrato firmado por inexibilidade de licitação, a uma
empresa israelense. A Israel Aerospace Industries LTD cuidará da manutenção de
duas aeronaves remotamente pilotadas modelo Heron-I. O contrato estabelece a
prestação de serviços, por demanda, de suporte logístico ao sistema dos aviões.
As duas aeronaves Heron-I foram compradas pela
Polícia Federal (PF) em 2009 por R$ 27 milhões, em um programa de vigilância
que foi encerrado depois de mais de R$ 150 milhões em despesas.
Entre 2011 e 2016, as aeronaves voaram apenas mil
horas das 40 mil horas previstas pelo programa. Elas ficaram guardadas em um
galpão na cidade de São Miguel do Iguaçu, no Paraná, entre 2016 e 2019, quando
foram doadas à FAB e incorporadas, em 2020, ao Primeiro Esquadrão do Sétimo
Grupo de Aviação, chamado Esquadrão Orungan. Em 2021, a FAB adquiriu duas
aeronaves não tripuladas Hermes 900, usadas pelo Esquadrão Hórus.
Atualmente, os Heron-I são usados por mais de 20
países e missões de inteligência, vigilância e reconhecimento. Os drones são
equipados com câmeras de alta resolução com capacidade para atuar em longas
distâncias mesmo à noite ou com pouca luz.
Eles podem voar em grandes altitudes e acompanhar
rotas aéreas usadas para o tráfico de armas e drogas, com características que
dificultam sua visualização a partir da terra. Pelo acordo com a FAB, a PF
ainda pode usar os Heron-I em suas operações.
Em contato com a coluna, a FAB informou que a
contratação da empresa israelense, fabricante das aeronaves, prevê a manutenção
e fornecimento de peças.
Leia abaixo a nota da FAB sobre o contrato com a
Israel Aerospace Industries:
“A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que a
contratação de serviços de suporte logístico ao sistema de Aeronaves
Remotamente Pilotadas (ARP) Heron-I é feita por inexigibilidade de licitação,
uma vez que os serviços demandados serem fornecidos de forma exclusiva pelo
fabricante das unidades, conforme prevê a Lei nº 14.133.
A contratação em pauta visa a permitir a
manutenção e o fornecimento de peças para a frota das aeronaves, que
desempenham missões estratégicas de defesa e proteção do território brasileiro:
Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR).
O valor total do contrato para os serviços é de R$
86,1 milhões, a ser empenhado conforme orçamento disponível e necessidade, e
inclui suporte para manutenção durante um período de 58 meses, cobrindo 2.417
horas de voo, visitas técnicas, revisão (overhaul) de motores e fornecimento de
componentes.”
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