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24 de março de 2024

GLO em números: Poder Naval coíbe crimes no Porto de Santos

Em cinco meses, Marinha apreendeu armas, drogas e realizou quase 10 mil abordagens

Há cinco meses, militares da Marinha do Brasil (MB) atuam em alguns dos portos mais importantes do País, visando combater o tráfico de drogas e de armas, além de outros crimes transnacionais. Dentre as estratégias utilizadas pela Força, destaca-se a dissuasão do crime organizado por meio da ação ostensiva do Poder Naval, com ações de patrulha e inspeção, abordagens e vistorias, de forma independente ou contando com o apoio de outras Agências, como a Polícia Federal, Receita Federal e as Polícias Civil e Militar dos Estados.

Em 150 dias atuando no Porto de Santos (SP), o maior do Hemisfério Sul, quase dois mil militares da MB foram empregados no âmbito da Operação “Lais de Guia”, que ocorre no âmbito da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), prevista para durar até 3 de maio deste ano, conforme o Decreto assinado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em novembro de 2023. Somente neste Porto, foram apreendidos mais de 93 quilos de drogas, três armas e munições, além de oito veículos e maquinários. Durante o período, os militares da MB realizaram, ainda, 9.540 abordagens (7.445 veículos e 2.095 embarcações).

As inspeções e revistas não se limitaram a embarcações, contêineres e cargas, estendendo-se também a tripulantes, passageiros e, até mesmo, a funcionários do Porto de Santos. Até agora, 5.973 pessoas (4.543 passageiros e 1.430 funcionários) foram revistadas, e mais de 4.500 bagagens inspecionadas.
O “pente fino” dos militares da MB também inclui embarcações atracadas (no Porto) ou fundeadas (no mar). Até o momento, foram inspecionados cascos, contêineres e cargas de 131 navios. Nesse ínterim, a atuação de mergulhadores da MB tem sido fundamental para evitar uma atual e crescente modalidade de tráfico de drogas e armas: o acoplamento desses ilícitos nos cascos dos navios que rumam para águas internacionais. A média de atuação destes militares é de mais de uma ação de mergulho por dia.

“Conseguimos contabilizar, como algo tangível, as apreensões e prisões que fazemos, e isso é extremamente positivo. Mas o intangível, ou seja, tudo aquilo de ilícito que deixou de passar pelo Porto, por conta do incremento da presença da Marinha, é algo ainda mais expressivo, e faz parte do processo dissuasório que constitui o Poder Naval”, afirmou o Comandante do 2º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais - Batalhão Humaitá - e ex-Chefe do Estado-Maior do Grupo Tarefa Santos da GLO, Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Carlos Eduardo Gonçalves da Silva Maia.

Segundo o Comandante Gonçalves Maia, a dissuasão está no escopo das medidas previstas no decreto de GLO. “O decreto fala claramente de dois tipos de medidas: preventivas e repressivas. As preventivas se dão pela presença constante da MB na área perimetral do porto organizado, com Fuzileiros Navais agindo em uma área adjacente, efetivamente no Porto, patrulhando, montando postos de controle de trânsito e revistando pessoas e veículos, conduzindo ainda inspeções em navios que são alvos de interesse, levantados pelo Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (COMPAAz)”, completou.


Interagências

No dia 19 de dezembro, uma ação interagências resultou na apreensão de 10 tabletes de cocaína no Porto de Santos (SP). A apreensão ocorreu quando a Patrulha de Controle de Tráfego Terrestre, da Unidade Terrestre de Patrulhamento Itinerante do Porto, identificou um comportamento suspeito por parte de dois tripulantes que tentavam embarcar no Navio “Premium do Brasil”, atracado em um dos terminais do porto. A ação dos agentes da Guarda Portuária, junto aos militares da MB, resultou na prisão dos infratores, que estavam em posse da droga que era destinada à Bélgica.

Não somente no Porto de Santos, mas no litoral paulista, como um todo, mais de 100 operações foram realizadas em parceria com outros agentes de segurança pública e fiscalização. É o caso da “Operação Navegação Segura”, idealizada pela Polícia Civil do Estado de São Paulo e realizada em novembro de 2023. Contando com a parceria da Marinha do Brasil, a Operação foi deflagrada com objetivo de localizar embarcações e motos aquáticas roubadas, bem como outros ilícitos no Guarujá (SP).

Nela, militares e agentes apreenderam armas de fogo (um fuzil e duas pistolas de uso restrito), além de quase 10 quilos de cocaína e maconha, somando um prejuízo de mais de R$ 200 mil às facções que atuam no Estado. Nesse caso, a MB participou empregando uma lancha blindada e 14 militares, operando também com guerra eletrônica, conforme explicou, à época, o Comandante do Grupamento de Patrulha Naval do Sul-Sudeste, Capitão de Fragata Carlos Eduardo Pereira de Sousa.


“A MB já tem expertise em operações interagências há mais de uma década. No Porto de Santos, isso tem sido fundamental, porque a integração do planejamento, especialmente com a Polícia Federal, a Receita Federal e a Guarda Portuária, é a chave para o sucesso das operações. Todos têm suas tarefas claras, com comitês capitaneados por Oficiais Generais, onde conseguimos trocar informações, em um processo muito grande de colaboração”, conta o Comandante Gonçalves Maia.

No último dia 20, mais uma demonstração da efetividade das ações coordenadas entre diferentes agências: foram apreendidos 46 quilos de cocaína no Porto de Santos, em uma operação que conjugou ações da Polícia Federal, Receita Federal e Marinha do Brasil. A droga estava escondida em um contêiner frigorífico que transportava suco de laranja para o Porto de Sydney, na Austrália. A equipe da Divisão de Vigilância e Repressão ao Contrabando e Descaminho da Alfândega de Santos identificou o carregamento suspeito, e o emprego de cães farejadores confirmou a presença da droga na estrutura destinada aos componentes de refrigeração do contêiner.

Meios e pessoal

Dentre os meios empregados na GLO de Santos, até agora, destacam-se: a lancha blindada "Mangangá" (DGS 888 Raptor), que dá segurança aos agentes civis e militares; uma Viatura Blindada Sob Roda “Piranha”, que comporta até 11 militares; três Navios-Patrulha: “Gurupi”, “Apa”, “Maracanã”; o Aviso de Patrulha “Barracuda”; Lanchas de Apoio ao Ensino e Patrulha (LAEP); Viaturas Pesadas ATEGO; Viaturas Pesadas UNIMOG; Viaturas Leves L-200; e Viaturas Leves Land Rover.

A MB também tem se esforçado para incrementar sua consciência situacional na região, por meio do emprego de aeronaves remotamente pilotadas (ARP, també conhecidas como drones), como já ocorre nas operações de GLO no Rio de Janeiro (RJ). A utilização de ARP é voltada às áreas de fundeio, onde ficam os navios que aguardam a atracação.

Em fevereiro, a Operação Santos recebeu, temporariamente, uma aeronave UH-12 “Esquilo”, que atuava no Rio de Janeiro, permitindo diversos sobrevoos em áreas estratégicas do Porto santista. Nesse sentido, o Comandante Gonçalves Maia adianta que há uma tendência de que aeronaves como essa passem a ser empregadas, diuturnamente, no Porto de Santos, com foco na ampliação da consciência situacional.


Em relação aos destacamentos empregados, ressalta-se o de militares do sexo feminino, que atua nas revistas pessoais às mulheres, reduzindo o escopo de atuação dos criminosos. Além disso, militares do Destacamento de Guerra Eletrônica têm sido destacados para detectar comunicações clandestinas, durante atividades de inteligência.


Há também os chamados “Cães de Guerra”, animais comumente utilizados em operações terrestres para a detecção de material ilícito, que agora passaram a ser empregados nas embarcações, em apoio às ações de abordagem e inspeção.

Marinha do Brasil 

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