Marinha avalia estabilidade do “Tonelero” em imersão estática no mar
O Submarino “Tonelero” (S42) realizou, na última sexta-feira (25), a sua primeira imersão estática, nas proximidades da Ilha de Itacuruçá, no Rio de Janeiro (RJ). O procedimento teve como objetivo verificar a estabilidade do S42 no mar, tanto na superfície quanto em imersão. O resultado foi considerado satisfatório, sendo essencial para dar prosseguimento às próximas etapas: testes no cais e no mar, a fim de incorporar definitivamente o “Tonelero” ao setor operativo da Marinha do Brasil (MB).
O Comandante do “Tonelero”, Capitão de Fragata Eduardo Tavares Santos, atrelou o sucesso da missão à fase de treinamento em simuladores, que corroboram para a plena qualificação dos militares. “Como resultado dos esforços despendidos ao longo do período de preparação, os testes ocorreram conforme o previsto, sem intercorrências”. O Comandante também revelou os próximos passos que o S42 vai enfrentar. “Espera-se que os testes na superfície sejam conduzidos ainda neste ano, como última etapa antes da Imersão Dinâmica, seguida pela realização da primeira carga de baterias em imersão - com uso de esnórquel para entrada de ar sem que haja a necessidade do submarino vir à superfície para renová-lo - e pela Imersão à Grande Profundidade, onde serão analisados os parâmetros estruturais do casco do submarino”.
Como funciona a imersão estática?
O processo consiste na introdução de água, de forma controlada, nos tanques de lastro do submarino até a sua imersão completa, sem o uso de motores. Com o submarino mergulhado, utilizando movimentações de pesos posicionados ao longo da embarcação, é observada a resposta da plataforma em termos de ângulos de inclinação crescentes. Daí, é possível obter os parâmetros de estabilidade transversal e longitudinal.
Na testagem, ainda é verificado o volume de água nos tanques internos de compensação e de trimagem. As análises permitem determinar com precisão o deslocamento do submarino na condição de imersão.
Futuramente, outros sistemas e equipamentos serão instalados e comissionados e outra imersão estática será realizada, prevista para o final do processo construtivo. Desta vez, será considerada a configuração final de pesos a bordo do “Tonelero”.
Sobre o “Tonelero”
O Submarino “Tonelero” incorpora a modernidade das embarcações de projeto francês da Classe Scorpène, com adaptações e incrementos para atender às necessidades específicas das operações da Marinha do Brasil. Maior que o modelo Scorpène original, o “Tonelero” tem mais de 71 metros de comprimento e possui deslocamento submerso de 1.870 toneladas.
Em março deste ano, o “Tonelero” foi batizado e lançado ao mar. O evento ocorreu no Complexo Naval de Itaguaí (RJ) e marcou a prontificação do processo construtivo do terceiro Submarino Convencional com Propulsão Diesel-Elétrica, construído totalmente no Brasil, no escopo do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), resultado de uma parceria estratégica firmada, em 2008, entre o Brasil e a França, que prevê a transferência de tecnologia na área militar-naval.
Além do “Tonelero”, já foram prontificados os submarinos “Riachuelo” (S40) e “Humaitá” (S41). Ainda estão previstas a entrega de mais um submarino convencional, denominado, anteriormente como “Angostura” (S43), e, recentemente, alterado para “Almirante Karam” (in memoriam ao ex-Ministro da Marinha, falecido no mês de setembro deste ano), além da construção do Submarino Nuclear Convencionalmente Armado, o “Álvaro Alberto”.
Marinha do Brasil
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