Por Ricardo Pereira
Jornalista e editor-chefe
Com aportes que ultrapassam R$ 3 bilhões no país, o Grupo EDGE vem consolidando sua presença no Brasil e expandindo suas operações. A empresa, reconhecida globalmente por suas inovações tecnológicas, prevê a inauguração de novas fábricas na região em 2025.
Desde a instalação de um escritório regional em Brasília até aquisições estratégicas, o conglomerado reforça seu compromisso com o avanço do setor de defesa e tecnologia no país. Em entrevista exclusiva ao Assuntos Militares, Tiago Silva, CEO do Grupo EDGE para a América Latina, detalha os planos da companhia para a região, abordando investimentos, parcerias estratégicas e o impacto das novas tecnologias no setor.
O Assuntos Militares agradece a Tiago Silva por compartilhar sua visão e perspectivas sobre o futuro da indústria de defesa no Brasil e no mundo.
Assuntos Militares - Você poderia comentar sobre a identidade do Grupo EDGE e quais são os principais produtos e serviços oferecidos na América Latina atualmente?
Tiago Silva - Fundado em 2019, o Grupo EDGE completou cinco anos de existência em novembro de 2024. Nesse curto espaço de tempo, a EDGE expandiu seu portfólio de produtos de 30 para 218 soluções de ponta nos domínios aéreo, terrestre, marítimo e cibernético - um crescimento de mais de 550% em apenas cinco anos. Durante esse período, a EDGE também expandiu significativamente sua presença global, com suas soluções chegando agora a clientes em 91 países. Os pedidos internacionais aumentaram de US$ 18,5 milhões em 2019 para mais de US$ 2,1 bilhões em 2024, destacando a crescente influência global do grupo no setor de tecnologia avançada e defesa. Além disso, a receita anual atingiu US$ 4,9 bilhões em 2024, refletindo o notável crescimento financeiro impulsionado por seus investimentos estratégicos e inovação.
Na América Latina, começamos a operar em 2023, com o estabelecimento de nosso escritório regional em Brasília. As operações na América Latina têm se concentrado principalmente em segurança nacional e segurança interna, com ênfase na vigilância de fronteiras.
Na LAAD 2025, apresentaremos mais de 80 produtos de diferentes domínios - armas autônomas e inteligentes; soluções de guerra eletrônica e segurança cibernética - que estão muito alinhados com a demanda regional.
Assuntos Militares - O Brasil foi escolhido como o primeiro país fora dos Emirados Árabes Unidos a sediar um escritório regional do Grupo EDGE. Quais os critérios e motivações que levaram a essa decisão?
Tiago Silva - Para a EDGE, o plano estratégico para o Brasil era único, diferente de outros mercados. O estabelecimento de um escritório regional no Brasil é um sinal claro da confiança da EDGE nos mercados de todo o continente e nas oportunidades valiosas que eles apresentam para o desenvolvimento de negócios internacionais, compartilhamento de conhecimento e maior prosperidade. No Brasil, além do escritório regional - que ajuda a estabelecer um diálogo constante na região - nosso foco está em várias áreas e iniciativas estratégicas, não apenas do ponto de vista comercial, mas também tecnológico. Contamos com a experiência de empresas consolidadas e criativas com preços competitivos. Estamos confiantes de que teremos mais sucesso no Brasil, estruturando também cadeias de suprimentos para fabricação e exportação, além de fortalecer nossas operações em todo o ecossistema de defesa em evolução no país.
Assuntos Militares - O Grupo EDGE já adquiriu participações em duas importantes empresas brasileiras do setor de Defesa/Segurança Pública, a SIATT e a CONDOR. Como essa parceria contribuirá para os objetivos do Grupo?
Tiago Silva - Desde que entrou no mercado brasileiro, a EDGE adquiriu participações de 50% e 51%, respectivamente, em duas das maiores empresas estratégicas de defesa do país, a SIATT e a CONDOR. No caso da SIATT, o objetivo estratégico da aquisição foi permitir que a EDGE desenvolvesse um produto competitivo altamente especializado com a empresa de São José dos Campos e aumentasse a produção para exportação internacional. Após um grande investimento da EDGE, a SIATT está agora desenvolvendo o Míssil Antinavio Nacional da Marinha (MANSUP), com um alcance de 70 quilômetros, em parceria com a Marinha do Brasil, e a versão estendida do MANSUPER, com um alcance de 200 quilômetros.
No caso da CONDOR, a EDGE analisou o potencial de exportação de um dos maiores especialistas mundiais em tecnologias não letais, que possui fortes canais de distribuição em mais de 85 países, e adquiriu uma participação de 51% na empresa. Como resultado, a CONDOR conseguiu aproveitar imediatamente a presença estabelecida da EDGE em vários mercados africanos e asiáticos e fechou um contrato de mais de US$ 10 milhões para os produtos da CONDOR em um país africano não revelado.
A parceria está produzindo resultados. A CONDOR esteve recentemente em Abu Dhabi para apresentar seus produtos ao Ministério da Defesa. A empresa sediada no Rio de Janeiro também tem planos de abrir uma fábrica nos Emirados Árabes Unidos para facilitar a logística de transporte de seus produtos para a região, além de uma nova unidade em São Paulo com investimentos da EDGE.
Assuntos Militares - Após a aquisição das participações na SIATT e na CONDOR, o Grupo EDGE ainda está analisando o setor brasileiro com vistas a possíveis aquisições futuras? Em caso afirmativo, quais segmentos seriam visados?
Tiago Silva - O Brasil tem grandes oportunidades em diferentes setores de defesa e segurança pública. Como um grupo líder mundial em tecnologia avançada e defesa, a EDGE está sempre aberta a avaliar investimentos em todo o mundo, inclusive no Brasil e na América Latina, o que nos permitiria expandir nossa presença e construir novas parcerias valiosas.
Assuntos Militares - Como o Grupo EDGE vê o futuro do míssil MANSUP e de sua versão de alcance estendido, o MANSUP-ER, tanto no mercado brasileiro quanto no cenário internacional? Poderia, se possível, citar alguns dos países que já demonstraram interesse?
Tiago Silva - O MANSUP é um excelente exemplo do sucesso proporcionado pela combinação de tecnologia de ponta, mão de obra altamente qualificada e profissional, investimentos significativos e sólidas parcerias governamentais, institucionais e industriais.
O contrato assinado em setembro de 2024 prevê o desenvolvimento completo do MANSUP até o final de 2025, alinhado com sua integração planejada ao novo programa da fragata Tamandaré.
Notavelmente, mesmo durante sua fase de desenvolvimento, a EDGE assinou um contrato de US$ 300 milhões com as Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos para vender o sistema MANSUP. Além disso, estão em andamento negociações com potenciais compradores na África, Ásia e América Latina.
Assuntos Militares - Como o Grupo EDGE está usando sua forte presença internacional para promover os produtos SIATT e CONDOR em países estrangeiros, e que efeitos já estão sendo sentidos?
Tiago Silva - O Brasil é um centro importante para a América Latina e tem o potencial de ser um centro para a África também. A EDGE já tem um relacionamento estabelecido com alguns países do continente e isso pode ser ainda mais fortalecido com os produtos da CONDOR e as exportações de mísseis com a SIATT, por exemplo.
Um exemplo é que, após a aquisição em abril de 2024, a CONDOR conseguiu aproveitar imediatamente a presença estabelecida da EDGE em vários mercados africanos e asiáticos e fechou um contrato multimilionário para os produtos CONDOR em um país africano não revelado.
A parceria está produzindo resultados também no Brasil. Recentemente, na IDEX, a CONDOR assinou um contrato inicial de vários milhões de reais como parte de um projeto maior que deverá investir R$ 45 milhões com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) para tecnologia não letal.
Assuntos Militares - Que resultados positivos o Grupo EDGE já viu como resultado dos vários acordos que foram assinados com entidades do governo civil em vários níveis?
Tiago Silva - Como parte de nossa estratégia de longo prazo para construir parcerias, desde que começou a operar no Brasil, o Grupo EDGE tem se associado a instituições estratégicas como a Marinha do Brasil, a Força Aérea Brasileira e o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil. O relacionamento da EDGE com o Brasil também tem marcos importantes, como um memorando de entendimento com a cidade de São José dos Campos em 2024 para expandir a colaboração nas áreas de segurança, educação e cidades inteligentes.
A EDGE também liderou compromissos com governos estaduais e municipais para encontrar maneiras de colaborar e também com órgãos governamentais como o CENSIPAM e a Emgepron.
Nos últimos 18 meses, a EDGE provou ser um parceiro importante para o Brasil, assim como o Brasil se tornou um parceiro vital tanto para a empresa quanto para os Emirados Árabes Unidos. Ao desenvolver capacidades com potências emergentes como o Brasil, os EAU estão reduzindo sua dependência dos mercados tradicionais de defesa e, ao mesmo tempo, capitalizando a crescente demanda da América Latina por soluções de segurança modernizadas.
Assuntos Militares - Deixando de lado as áreas de Defesa e Segurança Pública, em quais outros setores o Grupo EDGE pretende expandir sua presença no Brasil e na América Latina a curto e médio prazo?
Tiago Silva - A EDGE entende que, no vasto universo da defesa e da segurança pública, a tecnologia é um ativo cada vez mais fundamental. Sendo assim, a EDGE pode aproveitar muitas das tecnologias avançadas que temos e que desenvolverá ainda mais com o avanço da IA em sistemas autônomos, sensores e capacidades de guerra eletrônica para fornecer a capacidade de monitorar essas grandes fronteiras.
Assuntos Militares - Quais são os planos de crescimento do Grupo EDGE em escala global, e qual o papel do Brasil nessa estratégia de expansão?
Tiago Silva - A presença da EDGE é reforçada por um total de 13 aquisições internacionais e investimentos estratégicos, incluindo participações em empresas importantes, como as líderes brasileiras de defesa CONDOR e SIATT. A empresa também investiu pesadamente no estabelecimento de uma rede de 24 joint ventures, ampliando sua vantagem competitiva em domínios importantes. Recentemente, anunciamos uma joint venture com a CMN Naval. Em maio de 2024, a EDGE e a gigante da construção naval Fincantieri formalizaram o lançamento da MAESTRAL, uma joint venture estratégica de construção naval em Abu Dhabi. Em dezembro de 2024, a EDGE formalizou uma joint venture - PULSE - com a Indra Sistemas da Espanha para desenvolver e fabricar sistemas de radar nos Emirados Árabes Unidos, reforçando a presença de mercado e a força tecnológica da EDGE.
O Brasil e a América Latina são parte integrante da estratégia global, colaborando com desenvolvimentos estratégicos; aumento das exportações e um pool contínuo de talentos excepcionais.
Assuntos Militares - Qual é a sua avaliação da recente LAAD 2025 em termos de potenciais benefícios comerciais para o Grupo EDGE?
Tiago Silva - O evento bienal é a maior e mais importante feira comercial de defesa e segurança da América Latina, o que o torna uma oportunidade ideal para a EDGE apresentar seu diversificado portfólio de produtos. Com um foco claro em sistemas autônomos, armas inteligentes e guerra eletrônica, a EDGE destacará o vasto potencial de exportação de seus produtos e soluções de defesa de tecnologia avançada para o mercado brasileiro e em todo o continente, bem como para novas parcerias comerciais e de segurança.
Assuntos Militares - O Exército lançou recentemente uma consulta pública e uma consulta de preços com relação ao possível fornecimento futuro de SARPs Catg E. O Grupo EDGE tem interesse em se envolver nessa questão, por meio de alguma de suas subsidiárias?
Tiago Silva - Como uma empresa global que busca expandir seus negócios e parcerias, a EDGE está sempre acompanhando as tendências e os desenvolvimentos relevantes no universo da defesa e das Forças Armadas, mas não podemos comentar sobre consultas públicas específicas.
Jornalista e editor-chefe
Com aportes que ultrapassam R$ 3 bilhões no país, o Grupo EDGE vem consolidando sua presença no Brasil e expandindo suas operações. A empresa, reconhecida globalmente por suas inovações tecnológicas, prevê a inauguração de novas fábricas na região em 2025.
Desde a instalação de um escritório regional em Brasília até aquisições estratégicas, o conglomerado reforça seu compromisso com o avanço do setor de defesa e tecnologia no país. Em entrevista exclusiva ao Assuntos Militares, Tiago Silva, CEO do Grupo EDGE para a América Latina, detalha os planos da companhia para a região, abordando investimentos, parcerias estratégicas e o impacto das novas tecnologias no setor.
O Assuntos Militares agradece a Tiago Silva por compartilhar sua visão e perspectivas sobre o futuro da indústria de defesa no Brasil e no mundo.
Assuntos Militares - Você poderia comentar sobre a identidade do Grupo EDGE e quais são os principais produtos e serviços oferecidos na América Latina atualmente?
Tiago Silva - Fundado em 2019, o Grupo EDGE completou cinco anos de existência em novembro de 2024. Nesse curto espaço de tempo, a EDGE expandiu seu portfólio de produtos de 30 para 218 soluções de ponta nos domínios aéreo, terrestre, marítimo e cibernético - um crescimento de mais de 550% em apenas cinco anos. Durante esse período, a EDGE também expandiu significativamente sua presença global, com suas soluções chegando agora a clientes em 91 países. Os pedidos internacionais aumentaram de US$ 18,5 milhões em 2019 para mais de US$ 2,1 bilhões em 2024, destacando a crescente influência global do grupo no setor de tecnologia avançada e defesa. Além disso, a receita anual atingiu US$ 4,9 bilhões em 2024, refletindo o notável crescimento financeiro impulsionado por seus investimentos estratégicos e inovação.
Na América Latina, começamos a operar em 2023, com o estabelecimento de nosso escritório regional em Brasília. As operações na América Latina têm se concentrado principalmente em segurança nacional e segurança interna, com ênfase na vigilância de fronteiras.
Na LAAD 2025, apresentaremos mais de 80 produtos de diferentes domínios - armas autônomas e inteligentes; soluções de guerra eletrônica e segurança cibernética - que estão muito alinhados com a demanda regional.
Assuntos Militares - O Brasil foi escolhido como o primeiro país fora dos Emirados Árabes Unidos a sediar um escritório regional do Grupo EDGE. Quais os critérios e motivações que levaram a essa decisão?
Tiago Silva - Para a EDGE, o plano estratégico para o Brasil era único, diferente de outros mercados. O estabelecimento de um escritório regional no Brasil é um sinal claro da confiança da EDGE nos mercados de todo o continente e nas oportunidades valiosas que eles apresentam para o desenvolvimento de negócios internacionais, compartilhamento de conhecimento e maior prosperidade. No Brasil, além do escritório regional - que ajuda a estabelecer um diálogo constante na região - nosso foco está em várias áreas e iniciativas estratégicas, não apenas do ponto de vista comercial, mas também tecnológico. Contamos com a experiência de empresas consolidadas e criativas com preços competitivos. Estamos confiantes de que teremos mais sucesso no Brasil, estruturando também cadeias de suprimentos para fabricação e exportação, além de fortalecer nossas operações em todo o ecossistema de defesa em evolução no país.
Assuntos Militares - O Grupo EDGE já adquiriu participações em duas importantes empresas brasileiras do setor de Defesa/Segurança Pública, a SIATT e a CONDOR. Como essa parceria contribuirá para os objetivos do Grupo?
Tiago Silva - Desde que entrou no mercado brasileiro, a EDGE adquiriu participações de 50% e 51%, respectivamente, em duas das maiores empresas estratégicas de defesa do país, a SIATT e a CONDOR. No caso da SIATT, o objetivo estratégico da aquisição foi permitir que a EDGE desenvolvesse um produto competitivo altamente especializado com a empresa de São José dos Campos e aumentasse a produção para exportação internacional. Após um grande investimento da EDGE, a SIATT está agora desenvolvendo o Míssil Antinavio Nacional da Marinha (MANSUP), com um alcance de 70 quilômetros, em parceria com a Marinha do Brasil, e a versão estendida do MANSUPER, com um alcance de 200 quilômetros.
No caso da CONDOR, a EDGE analisou o potencial de exportação de um dos maiores especialistas mundiais em tecnologias não letais, que possui fortes canais de distribuição em mais de 85 países, e adquiriu uma participação de 51% na empresa. Como resultado, a CONDOR conseguiu aproveitar imediatamente a presença estabelecida da EDGE em vários mercados africanos e asiáticos e fechou um contrato de mais de US$ 10 milhões para os produtos da CONDOR em um país africano não revelado.
A parceria está produzindo resultados. A CONDOR esteve recentemente em Abu Dhabi para apresentar seus produtos ao Ministério da Defesa. A empresa sediada no Rio de Janeiro também tem planos de abrir uma fábrica nos Emirados Árabes Unidos para facilitar a logística de transporte de seus produtos para a região, além de uma nova unidade em São Paulo com investimentos da EDGE.
Assuntos Militares - Após a aquisição das participações na SIATT e na CONDOR, o Grupo EDGE ainda está analisando o setor brasileiro com vistas a possíveis aquisições futuras? Em caso afirmativo, quais segmentos seriam visados?
Tiago Silva - O Brasil tem grandes oportunidades em diferentes setores de defesa e segurança pública. Como um grupo líder mundial em tecnologia avançada e defesa, a EDGE está sempre aberta a avaliar investimentos em todo o mundo, inclusive no Brasil e na América Latina, o que nos permitiria expandir nossa presença e construir novas parcerias valiosas.
Assuntos Militares - Como o Grupo EDGE vê o futuro do míssil MANSUP e de sua versão de alcance estendido, o MANSUP-ER, tanto no mercado brasileiro quanto no cenário internacional? Poderia, se possível, citar alguns dos países que já demonstraram interesse?
Tiago Silva - O MANSUP é um excelente exemplo do sucesso proporcionado pela combinação de tecnologia de ponta, mão de obra altamente qualificada e profissional, investimentos significativos e sólidas parcerias governamentais, institucionais e industriais.
O contrato assinado em setembro de 2024 prevê o desenvolvimento completo do MANSUP até o final de 2025, alinhado com sua integração planejada ao novo programa da fragata Tamandaré.
Notavelmente, mesmo durante sua fase de desenvolvimento, a EDGE assinou um contrato de US$ 300 milhões com as Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos para vender o sistema MANSUP. Além disso, estão em andamento negociações com potenciais compradores na África, Ásia e América Latina.
Assuntos Militares - Como o Grupo EDGE está usando sua forte presença internacional para promover os produtos SIATT e CONDOR em países estrangeiros, e que efeitos já estão sendo sentidos?
Tiago Silva - O Brasil é um centro importante para a América Latina e tem o potencial de ser um centro para a África também. A EDGE já tem um relacionamento estabelecido com alguns países do continente e isso pode ser ainda mais fortalecido com os produtos da CONDOR e as exportações de mísseis com a SIATT, por exemplo.
Um exemplo é que, após a aquisição em abril de 2024, a CONDOR conseguiu aproveitar imediatamente a presença estabelecida da EDGE em vários mercados africanos e asiáticos e fechou um contrato multimilionário para os produtos CONDOR em um país africano não revelado.
A parceria está produzindo resultados também no Brasil. Recentemente, na IDEX, a CONDOR assinou um contrato inicial de vários milhões de reais como parte de um projeto maior que deverá investir R$ 45 milhões com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) para tecnologia não letal.
Assuntos Militares - Que resultados positivos o Grupo EDGE já viu como resultado dos vários acordos que foram assinados com entidades do governo civil em vários níveis?
Tiago Silva - Como parte de nossa estratégia de longo prazo para construir parcerias, desde que começou a operar no Brasil, o Grupo EDGE tem se associado a instituições estratégicas como a Marinha do Brasil, a Força Aérea Brasileira e o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil. O relacionamento da EDGE com o Brasil também tem marcos importantes, como um memorando de entendimento com a cidade de São José dos Campos em 2024 para expandir a colaboração nas áreas de segurança, educação e cidades inteligentes.
A EDGE também liderou compromissos com governos estaduais e municipais para encontrar maneiras de colaborar e também com órgãos governamentais como o CENSIPAM e a Emgepron.
Nos últimos 18 meses, a EDGE provou ser um parceiro importante para o Brasil, assim como o Brasil se tornou um parceiro vital tanto para a empresa quanto para os Emirados Árabes Unidos. Ao desenvolver capacidades com potências emergentes como o Brasil, os EAU estão reduzindo sua dependência dos mercados tradicionais de defesa e, ao mesmo tempo, capitalizando a crescente demanda da América Latina por soluções de segurança modernizadas.
Assuntos Militares - Deixando de lado as áreas de Defesa e Segurança Pública, em quais outros setores o Grupo EDGE pretende expandir sua presença no Brasil e na América Latina a curto e médio prazo?
Tiago Silva - A EDGE entende que, no vasto universo da defesa e da segurança pública, a tecnologia é um ativo cada vez mais fundamental. Sendo assim, a EDGE pode aproveitar muitas das tecnologias avançadas que temos e que desenvolverá ainda mais com o avanço da IA em sistemas autônomos, sensores e capacidades de guerra eletrônica para fornecer a capacidade de monitorar essas grandes fronteiras.
Assuntos Militares - Quais são os planos de crescimento do Grupo EDGE em escala global, e qual o papel do Brasil nessa estratégia de expansão?
Tiago Silva - A presença da EDGE é reforçada por um total de 13 aquisições internacionais e investimentos estratégicos, incluindo participações em empresas importantes, como as líderes brasileiras de defesa CONDOR e SIATT. A empresa também investiu pesadamente no estabelecimento de uma rede de 24 joint ventures, ampliando sua vantagem competitiva em domínios importantes. Recentemente, anunciamos uma joint venture com a CMN Naval. Em maio de 2024, a EDGE e a gigante da construção naval Fincantieri formalizaram o lançamento da MAESTRAL, uma joint venture estratégica de construção naval em Abu Dhabi. Em dezembro de 2024, a EDGE formalizou uma joint venture - PULSE - com a Indra Sistemas da Espanha para desenvolver e fabricar sistemas de radar nos Emirados Árabes Unidos, reforçando a presença de mercado e a força tecnológica da EDGE.
O Brasil e a América Latina são parte integrante da estratégia global, colaborando com desenvolvimentos estratégicos; aumento das exportações e um pool contínuo de talentos excepcionais.
Assuntos Militares - Qual é a sua avaliação da recente LAAD 2025 em termos de potenciais benefícios comerciais para o Grupo EDGE?
Tiago Silva - O evento bienal é a maior e mais importante feira comercial de defesa e segurança da América Latina, o que o torna uma oportunidade ideal para a EDGE apresentar seu diversificado portfólio de produtos. Com um foco claro em sistemas autônomos, armas inteligentes e guerra eletrônica, a EDGE destacará o vasto potencial de exportação de seus produtos e soluções de defesa de tecnologia avançada para o mercado brasileiro e em todo o continente, bem como para novas parcerias comerciais e de segurança.
Assuntos Militares - O Exército lançou recentemente uma consulta pública e uma consulta de preços com relação ao possível fornecimento futuro de SARPs Catg E. O Grupo EDGE tem interesse em se envolver nessa questão, por meio de alguma de suas subsidiárias?
Tiago Silva - Como uma empresa global que busca expandir seus negócios e parcerias, a EDGE está sempre acompanhando as tendências e os desenvolvimentos relevantes no universo da defesa e das Forças Armadas, mas não podemos comentar sobre consultas públicas específicas.
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