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17 de abril de 2025

Primeira aeronave de Portugal, LUS-222 é desenvolvida com a participação de brasileiros

CTI Aeroespacial lidera o projeto do bimotor de uso civil e militar que já desperta interesse em forças aéreas e empresas de transporte de carga ÉVORA, PORTUGAL - Especializado na produção de conhecimento, tecnologias e soluções para a indústria aeroespacial, o Centro de Tecnologia e Inovação Aeroespacial (CTI Aeroespacial) — que une a Força Aérea Portuguesa, o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA) e a empresa Geosat — é o líder do desenvolvimento da aeronave LUS-222, a primeira da história a ser concebida e industrializada em Portugal. A previsão é que o bimotor, projetado para uso civil e militar, faça seu primeiro voo no início de 2028, mas iniciativas comerciais com quatro forças aéreas e empresas globais de transporte de carga já estão em andamento. O programa LUS-222 conta com a participação direta de engenheiros brasileiros. Cerca de 20 especialistas em aeronáutica integram a equipe do projeto na sede em Portugal, comandando algumas frentes de trabalho. Já a empresa AKAER, de São José dos Campos (SP), será a responsável pela fabricação, no Brasil, da fuselagem, asa completa, estabilizadores e superfícies de controle do primeiro avião português.
Desenhado para uso em missões militares, operações de busca e salvamento, logística de transporte e também na aviação civil regional, o LUS-222 é um bimotor leve de asa alta com capacidade para transportar 19 passageiros ou até 2.000 kg de carga. O modelo é equipado com porta de carga traseira, que agiliza o embarque e desembarque de volumes, e trem de pouso fixo, o que lhe permite operar em pistas não pavimentadas — diferentemente da maioria das aeronaves do segmento —, e o torna ideal para atividades em regiões remotas. Além disso, possui alcance de até 2.100 km e pode atingir velocidade de até 370 km/h.
Oportunidades de mercado O desenvolvimento do LUS-222 pelo CTI Aeroespacial e pelo CEiiA, com o apoio da Força Aérea Portuguesa, ocorre em um momento em que várias forças armadas estão investindo na modernização de suas frotas, trocando aviões antigos ou próximos do fim do ciclo de vida por modelos mais modernos e sustentáveis. É o caso da própria Força Aérea Portuguesa e da Força Aérea Brasileira, que procura um substituto para o bem-sucedido Embraer EMB-110 "Bandeirante". Além disso, nos últimos dez anos, Portugal e Brasil mantiveram uma parceria no setor de defesa e segurança, com o objetivo de capacitar a Força Aérea Portuguesa. Nesse contexto, o país europeu adquiriu aviões dos modelos KC-390 e A-29 fabricados pela Embraer. O programa LUS-222 visa recolocar em prática essa parceria, mas no sentido inverso, com a compra do avião português pelas forças militares brasileiras. Foco em sustentabilidade O conceito da aeronave já está fechado, e as equipes de engenharia trabalham agora no desenho de detalhes. O investimento no projeto ultrapassa os 220 milhões de euros, já incluindo o valor destinado à construção da fábrica onde será feita a montagem do avião, em Ponte de Sor, Portugal. O programa da aeronave inclui um braço de pesquisa e desenvolvimento focado em estudar e avaliar a utilização de motores e combustíveis alternativos, bem como de materiais e processos de fabricação e montagem mais sustentáveis. A ideia é incorporar fontes de energia limpa (como hidrogênio, sistemas de propulsão elétrica ou híbridos e baterias de amônia), usar fibras naturais no isolamento acústico e empregar a realidade aumentada para otimizar a manutenção da aeronave e reduzir custos. A fábrica de Ponte de Sor foi projetada para a montagem de 12 aviões LUS-222 por ano, com funcionamento em um turno. Dependendo da demanda, será possível duplicar a produção, com a operação da unidade em dois turnos. Imagens de satélite de alta resolução Outro produto desenvolvido pelo CTI Aeroespacial é o Radar de Abertura Sintética (SAR), satélite capaz de gerar imagens de 30 centímetros de resolução. Criada para integrar a Constelação do Atlântico — sistema de observação de territórios terrestres e marítimos desenvolvido por Portugal e Espanha —, a tecnologia visa apoiar a gestão de emergências. A Constelação do Atlântico inclui 16 satélites e um centro de processamento e fusão de dados, o Atlantic Data Hub. O sistema gera imagens submétricas com revisita intradiária, com impactos na Defesa e Segurança, na Economia e na Sustentabilidade. O CTI Aeroespacial reúne as três entidades responsáveis pela implementação da Constelação do Atlântico em Portugal: a Geosat, operadora do sistema; o CEiiA; e a Força Aérea Portuguesa. Sobre o Programa LUS-222 Primeiro programa aeronáutico completo em Portugal, cujo objetivo é desenvolver, industrializar, operar e comercializar uma aeronave regional ligeira. O programa, apoiado pela Força Aérea e pelo governo do país, é financiado por fundos privados e recursos públicos do European NextGeneration, destinados a impulsionar a capacidade industrial portuguesa. A EEA Aircraft & Maintenance, S.A. (EEA) é responsável pela totalidade do programa e está à frente dos processos de fabricação, montagem, certificação e negociação comercial do avião LUS-222, além de todas as atividades de manutenção e suporte em serviço. Já o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), atuante no setor da aeronáutica desde 2009, é responsável pelo desenvolvimento completo da aeronave, por meio do CTI Aeroespacial. O escopo de trabalho vai desde o conceito até a certificação, incluindo todas as atividades de engenharia relacionadas a estruturas do avião, aerodinâmica, performance e testagem. O governo português, representado pelos Ministérios da Economia e da Defesa, a Força Aérea Portuguesa (FAP) e os municípios de Évora e de Ponte de Sor são parceiros do Programa LUS-222. Sobre o CTI Aeroespacial Nascido de uma parceria entre a Força Aérea Portuguesa, o CEiiA e a Geosat, o CTI Aeroespacial é um centro de tecnologia e inovação dedicado à criação e ao desenvolvimento de conhecimentos, tecnologias e aplicações para a indústria aeroespacial, a fim de dar resposta a desafios globais e auxiliar a construção de uma sociedade mais segura e sustentável. Nos próximos anos, as atividades do CTI Aeroespacial vão focar o desenvolvimento da aeronave regional ligeira LUS-222 e da capacidade SAR (Radar de Abertura Sintética), bem como a articulação do conhecimento com universidades e a indústria para a formação de cadeias de valor na área da defesa e segurança. Cunha Vaz & Associados

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