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24 de outubro de 2025

Entrevista com Luciano Marchetti, VP de Vendas do Grupo Arsitec.



O Assuntos Militares agradece a Luciano Marchetti, vice-presidente de Vendas do Grupo Arsitec, por compartilhar sua visão e suas perspectivas sobre o futuro da indústria de defesa, telecomunicações, conectividade, segurança no Brasil e no mundo, durante o primeiro dia da COP International, em São Paulo.

Assuntos Militares - Como a participação na COP reforça o posicionamento da Arsitec no mercado de defesa e segurança nacional?

Luciano Marchetti: A participação na COP consolida o posicionamento do Grupo Arsitec como um parceiro estratégico no setor de defesa e segurança. Nosso portfólio atende a aplicações de natureza crítica e sensível, nas quais confiabilidade, precisão e resiliência são fundamentais.

Estamos trazendo para o Brasil uma das soluções de monitoramento e controle de drones mais testadas e comprovadas em campo no mundo, reforçando nosso compromisso com tecnologias de alta efetividade operacional.

Além disso, a Arsitec é referência em soluções de PNT (Positioning, Navigation and Timing – Posicionamento, Navegação e Sincronização de Tempo) e geração precisa de tempo, componentes essenciais para comunicações seguras, navegação via GNSS (Global Navigation Satellite System – Sistema Global de Navegação por Satélite) e sistemas de comando e controle. O que à primeira vista parece simples (o controle da hora) é, na verdade, a base de toda a infraestrutura moderna de defesa e segurança.

Assuntos Militares - Quais são os principais produtos e soluções que o Grupo Arsitec está apresentando na feira?

Luciano Marchetti: Na COP Internacional de Segurança, o Grupo Arsitec apresenta um portfólio robusto de tecnologias voltadas à segurança pública, defesa nacional e aviação civil, com soluções da Viavi Solutions e da Aaronia AG.

Pelo lado da Viavi, destacamos o AVX-10K, analisador portátil de sistemas aviônicos que realiza testes completos em sistemas de comunicação, navegação e vigilância de aeronaves, garantindo conformidade com normas internacionais e segurança operacional. Também estão em exposição os modelos CX200 e CX300, voltados à manutenção de redes de radiocomunicação críticas. O CX200 é ideal para testes em campo, enquanto o CX300 oferece recursos avançados para diagnóstico em laboratório. Ambos são essenciais para assegurar a integridade das comunicações dos agentes de segurança pública, com suporte a tecnologias como LTE, TETRA e P25.

Já pela Aaronia AG, apresentamos o sistema AARTOS, solução completa para detecção e neutralização de drones. Com operação contínua e autônoma, o sistema monitora todas as frequências em tempo real, detectando drones comerciais, caseiros e militares, jammers e spoofers, com alcance de até 80 km. Utiliza inteligência artificial para reconhecimento de padrões e múltiplos alvos, além de permitir sensores adicionais, como radares e câmeras PTZ. Para neutralização, conta com bloqueadores de alta potência, disponíveis em versões portáteis, transportáveis e fixas.

Assuntos Militares - Em quais cenários reais os equipamentos da Viavi Solutions e da Aaronia AG já demonstraram eficácia?

Luciano Marchetti: A solução AARTOS, desenvolvida pela Aaronia AG, surgiu em uma época em que os drones ainda eram vistos apenas como ferramentas recreativas. Com a rápida transformação desse cenário, o sistema evoluiu para enfrentar um novo contexto, em que drones se tornaram um dos principais vetores da guerra moderna.

Hoje, a tecnologia AARTOS é utilizada em operações reais de defesa e segurança em zonas de conflito, como na Ucrânia, onde provou sua eficácia em situações extremas. Ao longo desse processo, o sistema foi continuamente aprimorado para detectar, rastrear e neutralizar diferentes tipos de drones, desde modelos modificados até aqueles autônomos e operados por enlace de fibra óptica, oferecendo um nível de detecção e resposta sem precedentes.

Quanto à Viavi, seus produtos aviônicos são a principal escolha das maiores fabricantes de aeronaves, assim como de operadores e empresas de manutenção aeronáutica.

Assuntos Militares - Como essas tecnologias podem ser integradas às operações das Forças Armadas e das agências de segurança pública brasileiras?

Luciano Marchetti: As soluções apresentadas pelo Grupo Arsitec oferecem às instituições brasileiras recursos avançados para fortalecer sua capacidade operacional, aumentar a segurança em ambientes críticos e responder com agilidade a ameaças modernas, seja no ar, em terra ou no espectro eletromagnético.

AVX-10K – Segurança e manutenção de aeronaves:
pode ser incorporado às rotinas de inspeção e manutenção da aviação militar e civil, garantindo que os sistemas de navegação, comunicação e vigilância estejam em conformidade com normas internacionais. Essencial para operações de controle de tráfego aéreo, prevenção de colisões e validação de transponders, aumentando a segurança em missões aéreas.

CX200 – Radiocomunicação em campo:
ideal para equipes táticas e operacionais, como batalhões da PM, Corpo de Bombeiros e unidades móveis das Forças Armadas. Permite testes rápidos de rádios e repetidoras em campo, assegurando comunicação eficiente em emergências ou combate.

CX300 – Diagnóstico técnico em laboratório:
pode ser utilizado por centros de manutenção e engenharia das Forças Armadas para calibração e reparo de equipamentos de comunicação, suportando análises detalhadas e contínuas de sistemas complexos para garantir confiabilidade nas redes críticas.

Aaronia AG – Sistema AARTOS:
pode ser integrado a operações de vigilância de fronteiras, proteção de instalações militares, operações policiais e áreas sensíveis como aeroportos e centros de comando. Detecta e rastreia drones hostis, jammers e spoofers em tempo real, com inteligência artificial para reconhecimento de ameaças. São úteis em ações preventivas e reativas, com versões portáteis para patrulhas e estacionárias para bases fixas.

Assuntos Militares - A automação e a inteligência artificial estão cada vez mais presentes nas soluções de defesa. Como o Grupo Arsitec enxerga essa tendência e aplica esses recursos em seu portfólio?

Luciano Marchetti: A crescente presença de máquinas e robôs em diversos setores também trouxe novos vetores de ameaça. Hoje, ataques cibernéticos complexos, como os de negação de serviço (DDoS), já foram rastreados até equipamentos aparentemente inofensivos, como parquímetros de rua ou TV boxes domésticos. Esse cenário exige que os sistemas de defesa cibernética sejam cada vez mais autônomos, inteligentes e assertivos, capazes de reagir em tempo real e aprender com cada incidente.

No Grupo Arsitec, acompanhamos essa transformação de perto. Nossas soluções incorporam inteligência artificial, automação e análise de dados avançada para antecipar ameaças e proteger infraestruturas críticas. Um exemplo claro é o campo do PNT (Positioning, Navigation and Timing), no qual atuamos fortemente.

Hoje, inúmeras aplicações críticas, que vão desde redes de telecomunicações 5G até sistemas de geração e distribuição de energia, dependem da precisão dos sinais GNSS para funcionar corretamente. Esses sinais, por sua vez, têm se tornado alvos constantes de interferências, jammers e spoofers em cenários de guerra e sabotagem.

Por isso, nosso foco é desenvolver e integrar soluções resilientes e inteligentes, capazes de detectar, mitigar e responder automaticamente a esse tipo de ameaça, garantindo a continuidade e a segurança das operações em ambientes cada vez mais desafiadores.

Assuntos Militares - Quais são os planos da Arsitec para ampliar a presença dessas tecnologias no Brasil?

Luciano Marchetti: O Grupo Arsitec tem atuado de forma intensa no apoio às forças de segurança e defesa brasileiras, promovendo transferência de conhecimento e capacitação técnica sobre as novas ameaças e desafios do cenário moderno. Um dos temas que mais despertam atenção é justamente como drones de uso civil vêm sendo utilizados para fins ilícitos e como o uso ilegal de jammers afeta as operações das próprias polícias.

Nosso objetivo é trazer para o Brasil tecnologias consolidadas em campo, já empregadas por forças de defesa em zonas de conflito, e adaptá-las às necessidades locais. Nesse contexto, a solução AARTOS, da Aaronia, representa um diferencial estratégico: ela não depende da tecnologia de um fabricante específico de drones (tipicamente concentrada nos modelos DJI), o que garante eficácia em praticamente 100% dos cenários operacionais, independentemente do modelo ou tecnologia utilizados.

Assuntos Militares - Como a empresa contribui para a construção de um ecossistema de segurança mais inteligente e resiliente?

Luciano Marchetti: O Grupo Arsitec acredita que a inteligência em segurança nasce da integração entre tecnologias e instituições. Nossas soluções são desenvolvidas para operar de forma colaborativa, permitindo a integração com diferentes bases de dados e sistemas já existentes.

Isso significa que um sistema inicialmente operando, por exemplo, em um aeroporto para controle de tráfego de drones ilícitos, pode ser facilmente conectado às bases de dados das forças policiais e de defesa, criando um ecossistema unificado de segurança.

Essa interoperabilidade amplia a capacidade de prevenção, resposta e tomada de decisão em tempo real.

A entrevista foi enviada ao Assuntos Militares pelo Grupo Arsitec.

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